quarta-feira, 19 de março de 2008

Editorial

O trabalhador elegeu Lula presidente e ficou todo feliz porque havia posto no cargo maior do país um trabalhador. Só depois descobriu que de trabalhador ele só tinha o macacão, mesmo assim não muito usado. Presidente eleito, ele se cercou por vários outros “trabalhadores” como Zé Dirceu, Zé Genoino, Palocci e outros menos votados.
O tempo passou, mas como nem só de PT o trabalhador vive enganado, agora, Lula chamou também o PDT, que também tem o dom de enganar o trabalhador. Para comandar o Ministério do Trabalho, colocou o Carlos Lupi, presidente do partido. O jornaleiro do Brizola assumiu e começou a fazer mil loucuras. Para início de conversa, virou ministro e lutando contra toda ética, batia o pé para não deixar a presidência do partido que o “velho caudilho” jogou em seu colo. Mas como todo “trabalhador” que se preze, começou a distribuir a “grana nossa de cada dia” para ONGs ligadas ao seu partido, para a Força Sindical, aquela do deputado do PDT, Paulinho, e ainda outras tantas e tantas negociatas. Mas como “trabalhador que faz besteira unido, permanece unido”, o deputado, dublê de presidente da Força Sindical, saiu em defesa do ministro que até então não havia se afastado da presidência do seu partido. E o Paulinho, revoltado, ameaçava uma ação orquestrada contra a imprensa, tal e qual a “Igreja Universal do Reino do Edir Macedo”. Paulinho mostrava-se de veras incomodado com as reportagens que mostravam os “acertos” do jornaleiro Carlos Lupi com seus convênios milionários envolvendo as parceiras ONGs.

Usando até palavras de baixo-calão, Paulinho ameaçou toda uma imprensa que só quer mostrar ao povo, as barbaridades que esses falsos defensores dos trabalhadores estão fazendo com esse pobre país. Assim, esse Paulinho tornou-se um exemplo entre tantos outros trabalhadores, que de trabalhadores só têm mesmo a carteirinha do sindicato. Trabalhadores que através dos cargos sindicais, conseguiram chegar a altos cargos no governo.
Nós sabemos que é muito fácil ser “trabalhador” sem ter que pegar no pesado por muito tempo. É fácil ser “trabalhador” tendo esses direito a todas as benesses que um cargo de presidente de uma instituição que leva o dinheiro do trabalhador, este sim, com a mão calejada pelo trabalho.
Mas para esses “falsos trabalhadores” ficou tudo mais fácil depois que entraram na mamata da política. Eles, que já fazem parte dos partidos da base de governo, conseguem penetrar na Câmara e com seu poder de “companheiro”, usar a influência de amizade e parceria, manter o imposto sindical obrigatório e tirar do bolso do verdadeiro trabalhador, um dia do seu minguado salário, seja ele sindicalizado ou não, que somados, um a um, formam um grande bolo e que transformados, resultam em uma grande soma de reais que servirão para esses diretores sindicais usarem em suas campanhas políticas, em festinhas fechadas, em viagens de lazer com as respectivas famílias, em almoços e jantares em bons restaurantes, sempre regados a bons vinhos e ainda outras tantas coisas mais.

Pois é esse Paulinho que fica fazendo ameaças de abrir fogo contra a imprensa. Mas no fundo é bem feito, porque é parte dessa mesma imprensa que dá cobertura aos seus movimentos de manipulação da massa. Foi essa mesma parte da imprensa que lhe deu status para que ele se elegesse deputado federal e é essa mesma gente da imprensa que mantêm o seu nome em evidência para agora, com sua “educação franciscana” que não sei de quem herdou, em uma frase, digna de freqüentador de prostíbulo, alardeava o que irá fazer se a imprensa continuar a dizer verdades desses “trabalhadores de meia-tigela” travestidos de políticos. Poderia até dizer que o deputado perdeu a linha, mas neste caso, ele não poderia perder aquilo que demonstra não ter.

Paulinho! Quer saber? Vai trabalhar para você ter idéia de como é duro ficar oito horas na luta diária. Já chega de viver no “bem bom” com o dinheiro suado do pobre trabalhador brasileiro.

Gerson Tavares

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