sexta-feira, 11 de setembro de 2015

NÃO HÁ IRREGULARIDADES
DE CAMPANHAS

Gerson Tavares
 







Quando o barão João Batista Vianna Drummond criou o jogo do bicho, ele resolveu que estava instituindo um jogo honesto, mas o tempo passou, o jogo deixou de ser aquela seriedade do passado, mas uma coisa permaneceu no talão de apostas. Essa frase não é outra, senão aquela que até hoje mostra que “vale o que está escrito”. Mas nas outras “instituições” não é bem assim e muita coisa que está escrito ali, pode ter outras intepretações.

Por isso a Procuradoria-Geral Eleitoral do Ministério Público Federal divulgou no final de agosto, aliás, como sempre digo “agosto, mês do desgosto”, nota de esclarecimento para informar que não encontrou irregularidades em contratos e serviços executados pela gráfica VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda em serviços prestados nas campanhas dos candidatos de 2014.

Em maio, o ministro Gilmar Mendes, relator das contas eleitorais da candidatura de Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encaminhou ofícios a quatro órgãos informando "possíveis irregularidades" envolvendo a fornecedora e as campanhas de Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Rui Costa (PT) e José Serra (PSDB).

E foi exatamente no dia de maior azar, dia 13 de agosto, que a Procuradoria arquivou a notícia apresentada por Gilmar Mendes. E assim a PGE fez seu parecer: "Conforme análise, não foram constatadas irregularidades praticadas pela empresa no que diz respeito às esferas eleitoral e penal. Os fatos narrados não trazem indícios de que os serviços gráficos não tenham sido prestados, nem apontam majoração artificial de preços. Por isso, a PGE manifestou-se pelo arquivamento do procedimento".

Vejam que foi em maio que o Gilmar Mendes, que também compõe o Supremo Tribunal Federal (STF), enviou documentos à Procuradoria-Geral da República, à Procuradoria-Geral Eleitoral, à Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) depois de matérias publicadas na imprensa levantarem suspeitas sobre a empresa.

A VTPB Serviços Gráficos recebeu no total R$ 27,9 milhões de campanhas no ano passado. Além dos R$ 22 milhões recebidos da campanha de Dilma Rousseff, a gráfica prestou serviços ao comitê para campanhas de Aécio Neves ao Palácio do Planalto, recebendo R$ 577 mil da campanha do tucano. Além disso, prestou serviços para o deputado federal Arlindo Chinaglia, do PT/SP, do qual recebeu R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa, PT, com R$ 1,5 milhão; e do senador José Serra, do PSDB/SP, com R$ 521 mil.

Caramba! Realmente é complicado para a PGE reconhecer que “pode” ter havido fraude. Afina, se a Dilma, a “patroa”, recebe 22 dos 27,9 milhões que a empresa colocou em jogo, é melhor para a procuradoria esquecer e fingir que perdeu a papelada.

Assim, todos “ficarão numa boa” e é menos uma fraude na campanha da “guerrilheira paraguaia”, quer dizer, da “guerrilheira falsificada”.

  

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