NÃO HÁ IRREGULARIDADES
DE CAMPANHAS
Gerson Tavares
Quando o
barão João Batista Vianna Drummond criou o jogo do bicho, ele resolveu que
estava instituindo um jogo honesto, mas o tempo passou, o jogo deixou de ser
aquela seriedade do passado, mas uma coisa permaneceu no talão de apostas. Essa
frase não é outra, senão aquela que até hoje mostra que “vale o que está
escrito”. Mas nas outras “instituições” não é bem assim e muita coisa que está
escrito ali, pode ter outras intepretações.
Por isso a
Procuradoria-Geral Eleitoral do Ministério Público Federal divulgou no final de
agosto, aliás, como sempre digo “agosto, mês do desgosto”, nota de esclarecimento
para informar que não encontrou irregularidades em contratos e serviços
executados pela gráfica VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda em
serviços prestados nas campanhas dos candidatos de 2014.
Em maio, o
ministro Gilmar Mendes, relator das contas eleitorais da candidatura de Dilma
Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encaminhou ofícios a quatro
órgãos informando "possíveis irregularidades" envolvendo a
fornecedora e as campanhas de Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB), Arlindo
Chinaglia (PT-SP), Rui Costa (PT) e José Serra (PSDB).
E foi
exatamente no dia de maior azar, dia 13 de agosto, que a Procuradoria arquivou
a notícia apresentada por Gilmar Mendes. E assim a PGE fez seu parecer:
"Conforme análise, não foram constatadas irregularidades praticadas pela
empresa no que diz respeito às esferas eleitoral e penal. Os fatos narrados não
trazem indícios de que os serviços gráficos não tenham sido prestados, nem
apontam majoração artificial de preços. Por isso, a PGE manifestou-se pelo arquivamento
do procedimento".
Vejam que foi
em maio que o Gilmar Mendes, que também compõe o Supremo Tribunal Federal
(STF), enviou documentos à Procuradoria-Geral da República, à
Procuradoria-Geral Eleitoral, à Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (COAF) depois de matérias publicadas na imprensa levantarem
suspeitas sobre a empresa.
A VTPB
Serviços Gráficos recebeu no total R$ 27,9 milhões de campanhas no ano passado.
Além dos R$ 22 milhões recebidos da campanha de Dilma Rousseff, a gráfica
prestou serviços ao comitê para campanhas de Aécio Neves ao Palácio do
Planalto, recebendo R$ 577 mil da campanha do tucano. Além disso, prestou
serviços para o deputado federal Arlindo Chinaglia, do PT/SP, do qual recebeu
R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa, PT, com R$ 1,5 milhão; e do
senador José Serra, do PSDB/SP, com R$ 521 mil.
Caramba!
Realmente é complicado para a PGE reconhecer que “pode” ter havido fraude.
Afina, se a Dilma, a “patroa”, recebe 22 dos 27,9 milhões que a empresa colocou
em jogo, é melhor para a procuradoria esquecer e fingir que perdeu a papelada.
Assim, todos
“ficarão numa boa” e é menos uma fraude na campanha da “guerrilheira
paraguaia”, quer dizer, da “guerrilheira falsificada”.
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