ESTÁ DECRETADA A MORTE
DA “PÁTRIA EDUCADORA”
Gerson Tavares
Como ontem falei, o CSF (Ciência Sem Fronteiras), que
deveria ser um programa de intercâmbio, já está com o seu término decretado e
não mais irá ofertar bolsas de estudos. Pelo que dizem, o que sobrou da verba
do MEC, muito mal conseguirá manter os alunos já contemplados e que estão no
exterior. Neste segundo semestre de 2015 o programa enviará pouco mais de 14
mil bolsistas de graduação que participaram do processo seletivo de 2014.
Mas essa não é uma novidade, porque desde a sua criação, em
2011, o Ciência Sem Fronteira vem enfrentando inúmeros problemas. Entre eles
atraso no pagamento das bolsas por parte do governo. Claro que se o MEC usasse
a verba com honestidade isso não estaria acontecendo, mas como o dinheiro é
sempre desviado em parte para as contas bancárias do pessoal do governo, sobra
a menor parte para aqueles que se fizeram merecedores que terem seus estudos
pagos pelo cofre da República.
Também o Pronatec, que foi uma das principais bandeiras,
claro ao lado de todas as “bolsas isso, bolsas aquilo”, na campanha de
reeleição da "guerrilheira paraguaia" que precisava se reeleger para garantir mais
algum tempo do ”desgoverno petista", também foi atingido pelo
contingenciamento. Vejam que o programa “Pronatec” ofereceu em torno de um
milhão de vagas neste ano, 66,6% a menos do que em 2014, quando foram disponibilizadas
três milhões de oportunidades para o ingresso no ensino técnico. Durante a
campanha eleitoral, o prometido foi uma abertura de 12 milhões de vagas até
2018, mas pelo que temos notícias, ao todo, apenas 6,3 milhões serão oferecidos
até lá.
Mais de R$ 360 milhões do orçamento original do Pronatec
foram parar em outros bolsos. São desvios que não afetam apenas o investimento,
mas o custeio de todas as instituições, tornando inviáveis muitas das coisas
que são prioridades da educação. E não estou falando em ampliação dos projetos
e sim, da manutenção do que já existe e que já começa a parar.
Não podemos esquecer que muitos jovens foram estimulados,
tanto pelo discurso de campanha quanto pela propaganda institucional, a
procurarem mecanismos como o Pronatec e o Fies. E agora os recursos e as vagas
sumiram. Ou seja, o governo transformou o sonho do Pronatec em pesadelo, e isso
pune principalmente os estudantes mais pobres.
Este é o “desgoverno petista”. Vamos valorizar o voto.
Consciência e ética não são coisas do passado.
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