Tenda dos milagres quer casa própria

Gerson Tavares

Waldemiro Santiago, o “milagreiro”, quer comprar TV. “Quando eu quero, eu consigo”. É mais ou menos assim que está se sentindo o “pastor” Waldemiro Santiago, que montou e se fez o grande líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, que, a partir de agora já está querendo adquirir duas redes de TV. Até agora ele aluga horário em várias redes de televisão e já estaria finalizando a compra da rede CNT de televisão, por quase R$ 500 milhões.

Pelo que fiquei sabendo, a proprietária da CNT, Organizações Martinez, já teria recebido os representantes da igreja, na filial do Rio de Janeiro, com toda a pompa que merece o “milagreiro”, e neste encontro foi definida a negociação. Como a rede CNT possui 48 praças em todo o país, acho que este fato encheu os olhos do Waldemiro, só que este número de praças inclui não só as emissoras próprias, mas também afiliadas e retransmissoras, que são em número bem maior neste total de 48. Desse jeito, muitas emissoras poderão deixar a rede e seguir com outra programação e o “milagreiro” pode estar comprando “pinga” por “água benta”.

Mas Santiago não para de tentar abrir o seu leque e também já desde 2012, negocia a compra da Rede 21, pertencente ao Grupo Bandeirantes. Já por cinco anos, Waldemiro está utilizando 22 horas diárias do canal e assim sendo a Igreja Mundial do Poder de Deus quer agora assumir de vez o comando da emissora, em uma transação que beira aos R$ 700 milhões.

E como já fez o Edir Macedo, também o “milagreiro”, para conseguir fazer as negociações, já está pedindo aos seus “fieis” uma “doação emergencial”.

Como todos os “pastores eletrônicos” o Santiago está apelando e fazendo os cálculos resolveu por hora requisitar pelo menos 100 mil pessoas para que com uma doação de R$ 200 cada uma, ajude a comprar seus “palcos milagrosos”.

Enquanto isso, para a televisão a arte fica em terceiro o quarto plano. Vejam que nos dias de hoje, você passando pelos canais abertos de televisão, ou você assiste o "maldito" BBB ou então atura os pastores vendendo terreno no céu.

Pobre telespectador que acaba tendo que partir para os canais pagos. E isso não está ao alcance da maioria dos brasileiros.

Até gostaria de falar de política, mas como este problema das “igrejas eletrônicas” é mais político do que parece, por hoje chega de falar de "picaretas".