quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Fantasia de Tiririca

Gerson Tavares






O carnaval acabou, mas ainda estão por ai as lembranças de tudo aquilo que aconteceu antes dos folguedos de Momo. E foi pensando naquelas coisas que ouvi, li e assisti no período pré-carnaval que resolvi hoje falar.

E vou buscar um assunto de mais de três anos atrás para lembrar aos amigos, a campanha política feita pelo palhaço Tiririca, quando candidato a deputado federal por São Paulo. “Você sabe o que faz um deputado? Nem eu. Vote em mim que eu te conto”. Era assim a propaganda política daquele palhaço que se fez famoso “cantando” a “Clementina”.

E ele se elegeu e começou a trabalhar pelos seus companheiros de profissão, os artistas circenses. Entrou para a Comissão de Cultura da Câmara, logo ele que para ser diplomado teve que fazer prova para mostrar que sabia ler e escrever, mas foi ele que ali, entre os letrados, defendeu a posição do artista tão massacrado que vive “mambembando” pelas cidades brasileiras lutando contra tudo, até contra as adversidades que se apresentam para o artista de circo.

E foi esse senhor deputado que dias antes do carnaval falou que não será mais candidato a nenhum cargo eletivo, quer distância da política. Ele se desligará do PR logo ao final do mandato, pois essa é uma carreira em que se “trabalha demais e produz pouco”.

Esse é o deputado Tiririca, que sem nenhuma experiência na política, foi o deputado federal mais votado em 2010. Mas a desilusão bateu à sua porta por um fato raro na política: ele disse que como deputado ganha muito menos que como palhaço, fazendo os seus shows e trabalhando em televisão. Esta foi a afirmação que o deputado Tiririca fez na segunda feira, dia 4 de fevereiro, mostrando a todos que, de fato, vai deixar a política.

E falou Tiririca: “Eu tenho seis filhos, esse é o motivo maior. Eu nunca vivi com os outros cinco o que estou vivendo hoje com a mais nova, que tem três anos. Além disso, não dá para fazer muita coisa pelo povo e atrapalha minha carreira de artista”.

Como na campanha ele dizia não saber o que fazia um deputado, agora ele fala: “Quando eu fiz minha campanha eleitoral usei o slogan ‘Você sabe o que faz um deputado? Nem eu. Vote em mim que eu te conto‘". E Tiririca, que prometeu, cumpriu a sua promessa: “Agora posso contar: no Congresso, o que vale são interesses políticos, a cobrança é enorme e não dá para fazer muita coisa. Na verdade, o deputado trabalha muito e produz pouco porque a mecânica é muito louca”.

E já que começou a ‘jogar merda no ventilador’, o palhaço completou: “Sim, eu apresento emendas, projetos (…) sou um dos deputados que menos faltam às sessões. Estou honrando meus votos, estou fazendo o que dá para fazer. Mas, agora, vou dar o lugar para outra pessoa por esses três motivos: família, carreira e por não poder fazer muito pelo povo aqui no Congresso”.

De parabéns São Paulo por ter levado o Tiririca para a Câmara dos Deputados, pois só assim, apareceu alguém que se mostrou integro para falar verdades que até agora eram escondidas à sete chaves. Enquanto Tiririca vai retornar a sua vida profissional, os outros continuam roubando o povo.

Mas amanhã eu vou voltar a falar, não de Tiririca, mas de muitos palhaços. Até amanhã.

7 comentários:

Victor Franco disse...

Parabéns ao Tiririca e o muito obrigado pelo seu elogio ao eleitor paulista. Quando votamos em Tiririca não foi uma simples brincadeira, mas queríamos mostrar que qualquer pessoa de bem merece espaço.
Mas uma verdade precisa ser dita: Tiririca surpreendeu.
São Paulo

Francisco Lopes disse...

Se todos fossem palhaço lá no Congresso e no Executivo, nós, povo, podíamos estar com a fantasia de 'gente feliz'.
Mas enquanto eles estiverem fantasiados (se é que é uma fantasia) de 'Ali-Baba e os 40 ladrões', nós não passamos de palhaços entorpecidos.
São Bernardo - SP

Norberto Guisard disse...

Enquanto o palhaço está pensando em deixar a política, os piratas estão montando o maior bloco possível para tomar o Brasil.
Ali-Baba quer voltar, a Guerrilheira quer ficar e os 40 ladrões hoje já mais de cinco mil.
Aliás, só não posso precisar o número dos ladrões porque não sei quantos estão filiados ao PT e ao PMDB.
Brasília

Bernardo Coelho disse...

Palhaço até dá para entender, afinal ele é um cidadão como outro qualquer, mas bandido, as cadeias estão à espera. Se o Tiririca vai para casa, o bandidos teriam que ir para as grades. Aliás, lá é a cada deles.
São Paulo

Grupo Pela Moralidade na Política disse...

Depois do 'Cacareco", do 'macaco Tião', depois do 'cacique Juruna', depois do Agnaldo Timóteo e tantos outros votos 'nulos', veio o voto 'verdade'. Votar no Tiririca mostrou que aquilo que acontece no Congresso não passa de uma Babel. Foi preciso levar para a Câmara um cidadão, para que este cidadão botasse a boca no trombone. Tiririca já falou que não será mais candidato porque não pode se juntar com essa quadrilha que está implantada na política.
Que o Tiririca possa voltar a sua vida de artista com muito mais sucesso, porque ele é merecedor.
Nosso respeito Tiririca.
Blumenau

Carlos Alberto de Sá Santos disse...

Como seria bom se o Congresso fosse um Circo. Só assim teríamos só palhaços e artistas circenses e os políticos, como não têm registro de artista, não poderiam ficar por lá fazendo seus números de mágica. Aliás, magica de fazer sumir o dinheiro do povo.
São Paulo

Lucinda Maria Taveira Fortes disse...

E então estamos devendo desculpas ao palhaço Tiririca depois de julga-lo como um qualquer na Câmara. Pois é este qualquer que está mostrando ao mundo que poucos se salvam no Congresso. Se bem que só ele tem coragem de falar que vai deixar a cadeira vaga ao final do mandato porque não quer continuar enganando o povo.
Hoje tem marmelada? Tem sim senhor.
Mas essa marmelada que estou falando não é a mesma marmelada que esses políticos fazem diariamente para roubar o povo.
Pobre Brasil.
São Paulo