Dez anos de desmandos

Gerson Tavares

Depois de dez anos, chegou a hora do balanço. Mas pelo que deu para notar o PT não quis nem pensar em balanço, até porque se colocar na balança o prato dos erros estará sempre lá embaixo.

O partido quis comemorar a década dos desmando à frente do governo, fazendo um desagravo aos réus do mensalão e só aí já mostraram que são todos da mesma quadrilha. Para que pudessem mostrar os “feitos” dos governos Luiz Inácio e de Dilma, eles trataram de descartar toda e qualquer insinuação sobre aquele momento de fracasso da quadrilha. Tudo estão fazendo para que nunca mais tenham que devolver à oposição a cadeira presidencial.

Eles são corajosos e por isso não se envergonharam de esconder os “crimes” que arquitetaram durante essa década de desgoverno. Fizeram uma “festa”, mas em nenhum momento deixaram vazar os escândalos dos dois desgovernos, tanto o do Lula, como o da Estela, quer dizer, Dilma.

Como o Lula é sempre o ponto central do alvo quando se fala em roubalheira, o PT achou que valeria a pena usar a estratégia de esconder sob o tapete tudo que fosse manchar a festa, isso para a defesa de Lula que é reconhecidamente o “sócio” majoritário do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza na maioria dos assaltos ao cofre da República.

Foi por isso que o presidente do PT, Rui Falcão, resolveu que petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, José Genoino e outros tantos, não deveriam comparecer ao palco da comemoração dos 10 anos de governo petista, ao lado de Dilma e Lula.

A justificativa foi realmente uma sacanagem contra a “massa pensante”: "O palco é pequeno", foi essa a justificativa de Rui Falcão, para garantir que não havia a intenção de evitar constrangimentos para o governo.

E continuou o Falcão: "No palco só estarão os ministros, os representantes dos partidos aliados, Paulo Okamoto, que é presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo, eu, a presidenta e Lula", avisou.

Assim, o ex-quase tudo, condenado pelo STF a dez anos e dez meses de prisão, e apontado como chefe de quadrilha, Dirceu, e sua quadrilha, ficaram entre os demais convidados que eram muitos.

Talvez essa tenha sido a estratégia para que, no caso da polícia baixar por lá, tivesse dificuldade de colocar a mão nos bandidos.