O “duble” pode dançar

Gerson Tavares

Quando sindicalista entra na política ele está pensando em dar continuidade em uma vida sem trabalhar, mas com as garantias do foro privilegiado. Neste caso temos um “cara”, que conseguiu unir as duas funções e até agora se deu bem. Estou falando do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, só que parece que agora a “casa caiu” e ele poderá ter seu diploma cassado.

Na segunda-feira foi feito o pedido ao Superior Tribunal Eleitoral pela Procuradoria Geral Eleitoral. Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral, diz no pedido que ele abusou do poder econômico na campanha de 2006. O parecer será analisado pelo ministro Marcelo Ribeiro, relator do caso no TSE e nós esperamos que ele não nos decepcione.

Como sempre acontece com essa turma da “boquinha”, Paulinho teria recebido doações em dinheiro de fontes que estariam vedadas e ele teria ainda usado sua condição de presidente da Força Sindical para utilizar, na campanha eleitoral de 2006, quatro veículos automotores e um automóvel de propriedade de sindicatos.

Mas como o “Paulinho” não tem limites, além de tudo aquilo que já falamos, o deputado teria também extrapolado o limite nos gastos de campanha, aliado a outras irregularidades na prestação de contas.

Como “Paulinho” não tem outra saída, em sua defesa ele pede a extinção do processo sem julgamento do mérito por inexistência de prova. Só que Sandra Cureau já afirmou que esse pedido deve ser rejeitado. Ela mostrou que há elementos suficientes para comprovar as condutas que são atribuídas ao deputado.

Por si só, a utilização dos veículos do sindicato já estaria sujeita a sanções. Mas para piorar, Paulinho também abusou da condição de líder sindicalista ao utilizar recursos em dinheiro, cedidos por dois sindicatos e, desta forma, desequilibrar de forma ilegítima o processo eleitoral.

Só falta agora o “Paulinho”, usando as artimanhas do Lula, também falar que não sabia de nada.