Deu com uma e queria receber com a outra

Gerson Tavares

Nunca se viu tanta generosidade como nesses tempos petistas no governo. E o Lula sabia porque sempre ajudava as pessoas e por isso, ele nomeou alguns ministros para o Supremo Tribunal Federal na certeza que iria precisar deles no futuro.

E claro que o momento está aí, com tantos petistas e aliados que se envolveram num escândalo sem precedentes, ao formarem uma “quadrilha” que negociava o dinheiro do povo e repartia entre eles para que tudo do governo Lula fosse aprovado. E assim surgiu a “quadrilha do mensalão”, que o Lula, como o grande chefe, teima em dizer que nunca existiu.

Mas a verdade sempre vem à tona e está lá, na coluna do Moreno, de sábado passado no jornal O Globo, que o “ex-sapo barbudo” anda falando pelos cantos que “o seu grande erro foi escolher nomes para o STF sem biografia”. E para dar força a sua própria afirmação, Lula diz que como as pessoas não tinham biografia, elas ficam tentando fazê-la no exercício cargo.

Só esquece o Luiz Inácio que fazer o que ele quer ou precisa, não é o papel dos ministros do STF. Ele precisa fazer com que os “bandidos” que estão sendo julgados sejam considerados inocentes, mas os ministros não estão ali, pelo menos é o que o povo espera, para fazer o que um mau ex-chefe quer.

Ele acha que porque nomeou alguém para um cargo que aquele cargo está ao seu inteiro dispor para fazer as falcatruas que ele precisa, mas não é bem assim que a “banda toca”.

Se ele achava que iria ter em suas mãos os votos de Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa, se deu muito mal. Lula precisa saber que existe gente honesta e não é por seu querer, que essa gente vai macular o bom nome.

Se ele não sabe o que é ter um nome limpo, ainda está em tempo de aprender. Não que ele pense em fazer uso disso, mas pelo menos aprenda a não criticar as atitudes de quem só faz o que é certo.

Troca de favores têm limites.