“Bandido
bom é bandido morto”
Gerson
Tavares
Sempre
que o Sivuca, um policial aposentado e ex-deputado estadual do Estado do Rio de
Janeiro, usava esse slogan, muitos achavam que ele era maluco, mas eu, na minha
modéstia achava que ele ainda valorizava muito o bandido, porque acho que
bandido nem depois de morto vale alguma coisa. Bandido é bandido e ponto.
Mas como os bandidos hoje ocupam lugar de
comando em muitas instituições, inclusive e principalmente na política, a coisa
é bem diferente. Eles fazem o que bem entendem e só depois que extrapolam
é que as autoridades tomam alguma atitude.
Quando
a legalidade fez a retomada de terreno no Complexo do Alemão, na área de Olaria
e Bonsucesso, na Zona da Leopoldina carioca, a televisão mostrou centenas de
bandidos fugindo pela favela, correndo uns a pé, outros de moto e ainda outros
em carros e a polícia ali, assistindo a tudo sem poder fazer o que seria o certo, claro que isso no
meu entender de cidadão que não suporta mais tanta covardia dos bandidos contra
as comunidades, que seria mandar bala para cima daqueles “inimigos da sociedade" e
assim colocar fim àquele sofrimento que as famílias passaram por tanto tempo.
Mas com uma emissora de televisão mostrando ao vivo aquelas cenas e ainda com
os “Direitos Humanos” de olho na telinha, para ver se as autoridades iriam
atentar contra os “direitos dos bandidos”, direito esse que naquele caso era
fugir dali para montar seu quartel general em outra comunidade.
E
assim, a pacificação daquela região aconteceu, mas hoje já deixou de ser uma
realidade porque vira e mexe temos visto que os bandidos já estão se
infiltrando novamente entre as pessoas de bem da comunidade e até já mataram uma soldado do grupamento. Tudo porque bandido não perde nem
terreno nem tempo e já que foram obrigados a ceder lugar para a legalidade
naquela região, imediatamente começou a ver onde seria seguro para montar sua
nova base.
Já
que saíram corridos dali e ainda perdendo a Rocinha e Mangueira, resolveram então
se espalhar. Uns atravessando a Baia da Guanabara, se instalaram em Niterói, São
Gonçalo e até na Região dos Lagos. Outros e talvez até em sua maioria, partiram
para a Zona Norte da cidade do Rio e também para a Baixada Fluminense.
Claro
que eles resolveram agir como uma “lula”, espalhando os seus tentáculos para todos os
lados. Do Morro da Pedreira e da favela do Chapadão, essas comunidades ainda na
cidade do Rio de Janeiro, eles chegaram até ao Cabral, em Nilópolis, até a
Chatuba, em Mesquita, dois municípios que ficam bem próximos à capital do
Estado. Ali eles se instalaram e tanto o “trabalho industrial” para refino da
droga, como o comércio funcionou livremente. Mas como bandido não tem limites,
ele então resolve colocar limites para o cidadão de bem.
E
foi o que eles fizeram e até para mostrarem que “eles têm a força”, resolveram
nessa semana que passou dar uma demonstração para as autoridades e
principalmente para a sociedade, que estão “vivos”. E nada melhor para mostrar
que eles estão vivos, que matando pessoas de bem. E assim, mataram um jovem
cadete da Polícia Militar do Rio de Janeiro, um pastor que tentou sair em
defesa do jovem oficial e ainda sete jovens que, estudantes, tinham sonhos para
um futuro promissor. Esses jovens só morreram porque passaram por
onde bandido se diz “dono do terreno”.
Por
tudo isso eu digo que quando alguém falava que Sivuca era maluco, por falar que
“bandido bom é bandido morto”, peço aos homens dos “Direitos Humanos” que olhem
essas famílias que estão chorando seus mortos. Imaginem os senhores, se para
cada bandido morto, dez jovens de bem estivessem vivos, se aquelas centenas de
bandidos que “não foram para a vala” na retomada do Alemão, quantas pessoas de
bem deixariam de morrer agora?
“Direitos
Humanos” sim, mas para o ser humano, coisa que bandido não é. Para quem é
direito, todos os direitos, mas para quem é bandido, só a morte é solução.
Se
bem que esse não é o pensamento de muitos políticos, afinal, se usarmos essa
norma para os bandidos, uma grande maioria deixará seus assentos em Casas
Parlamentares e até mesmo nas Casas Executivas para “seguir para a vala” de pés
juntos.
É
muito forte essa afirmação? Tudo bem, mas o povo merece ser respeitado.
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