ACONTECEU

no

MUNDO

Vice-premiê diz que ataque mostra que

é preciso dividir Jerusalém

Com uma escavadeira, homem

protesta contra o dominio judeu

JERUSALÉM – Haim Ramon, vice-primeiro-ministro de Israel, defendeu ontem, que os bairros árabes de Jerusalém sejam separados do lado ocidental da cidade, de maioria judaica. A declaração do vice-chefe de governo vem à tona um dia depois de um palestino ter avançado com uma escavadeira sobre veículos e pedestres no centro de Jerusalém. Três pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas no ataque. O agressor foi morto por um soldado israelense.


O autor do ataque de ontem morava em Jerusalém Oriental, a partir de onde os moradores árabes têm acesso ao restante da cidade. Durante entrevista à Rádio do Exército de Israel, Ramon opinou que "os bairros árabes estão artificialmente incorporados a Jerusalém e deveriam ser cedidos" à Cisjordânia. “Eles (os bairros) foram anexados em 1967 e os chamamos de Jerusalém, apesar de não viver ali nenhum cidadão de Jerusalém”, declarou.


Líderes israelenses opõem-se à divisão da cidade pois a consideraram capital eterna e indivisível do país. Dirigentes palestinos, por sua vez, reivindicam o setor árabe de Jerusalém para fundar ali a capital de seu almejado Estado independente e soberano.


Israel capturou Jerusalém Oriental em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. Anos mais tarde, o setor árabe foi anexado ao judaico sob o controle de Israel.