QUEM PAGA É O POVO
Gerson Tavares
Quem mandou votar? Nesta segunda-feira que
passou, a Agência Nacional de Energia Elétrica, mais conhecida pelo apelido de Aneel,
homologou o montante de R$ 245,846 milhões de recursos da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE) que deverá ser repassado pela Eletrobrás às
distribuidoras, conforme.
E o que mais preocupa é que desse total, a maior parte
corresponde ao repasse do mês de janeiro deste ano, num total de R$ 188,758
milhões. Já o restante cobre despesas das empresas referentes aos meses de
outubro, novembro e dezembro de 2014. Isso quer dizer que 2015 estará muito
mais pesado para o bolso do usuário. Mas o que preocupa mais ainda é o fato
deste documento não informar o prazo limite para a transferência dos valores. Sabe-se
lá se eles estão pensando em “assaltar” o usuário pelo resto da vida?
Mas para que não haja nenhuma dúvida, a conta de luz deve
subir para os clientes de 58 distribuidoras de energia pelo país. Em São Paulo,
o reajuste deve ser de 32%, enquanto no Rio de Janeiro, a alta deve ficar por
volta dos 22% e em Minas Gerais, 28%. O acréscimo médio no país deve ser de
pouco mais de 23%. Coisa pouca para um País que distribuiu um reajuste de
salário mínimo de mais ou menos 6,5%.
Como os impactos da revisão serão diferentes conforme a
região da distribuidora, para as concessionárias das regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, o impacto médio será de 28,7% e, para as distribuidoras que atuam
nas regiões Norte e Nordeste, de 5,5%. A diferença ocorre principalmente por
causa do orçamento da CDE e da compra de energia proveniente de Itaipu. Isso quer
dizer que assim como “o petróleo é nosso, a Itaipu também é”. É só uma piadinha, tá?
E assim, com tudo isso acontecendo, começam a valer na
semana que vem os novos valores para as bandeiras tarifárias, que permitem a
cobrança de um valor extra na conta de luz, de acordo com o custo de geração de
energia. Além da revisão extraordinária, as distribuidoras passarão neste ano
pelos reajustes anuais, que variam de acordo com a data de aniversário da
concessão. Assim sendo, já em maio a bandeira vermelha estará roxa.
Tudo isso quer dizer que entre dezembro de 2014 e fevereiro
de 2015, várias empresas solicitaram a revisão extraordinária, por causa da
falta de chuvas e da maior necessidade de compra de energia de termelétricas,
que é mais cara.
Só que quando chover e não tenhamos mais falta de luz, os
preços já estarão na estratosfera e assim sendo, não haverá mais necessidade de
baixar o preço.
O brasileiro que se “funique”!
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