O BICHO PODE PEGAR
Gerson Tavares
Como a
situação do governo, a cada dia que passa é menos aceita pela população, agora mais
da metade dos parlamentares na Câmara já avalia como ruim ou péssima a relação
entre Executivo e Legislativo e acredita que o quadro vai manter-se como está
ou piorar nos próximos três meses.
Pelo menos é
o que mostra a primeira pesquisa de avaliação do governo Dilma Rousseff na
Câmara feita pela consultoria política Arko Advice, à qual o jornal O Estado de
S. Paulo teve acesso com exclusividade. Foram ouvidos 102 deputados de 20
partidos, distribuídos conforme a representatividade de cada bancada, entre 24
e 26 de fevereiro.
Naquele período,
o estresse já estava levando os parlamentares no Congresso, a sentirem a
expectativa dos pedidos de investigação de políticos pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de
inquérito contra 12 senadores e 22 deputados suspeitos de ligação com o esquema
de corrupção na Petrobrás.
Só que a
pesquisa ainda não havia captado completamente a piora no clima em Brasília diante
da crise deflagrada entre o governo Dilma e o presidente do Senado, Renan
Calheiros, que é um dos membros do PMDB alagoano. Renan devolveu à Presidência
da República a medida provisória que reduziu o benefício tributário da
desoneração da folha de pagamento das empresas, isso no mesmo dia em que Janot
enviava sua lista ao STF.
Segundo Cristiano
Noronha, analista sênior da Arko Advice, "a pesquisa reflete um momento de
tensão em que o governo já enfrentava diversas dificuldades na Câmara". Cristiano
é responsável pela pesquisa em conjunto com Murillo de Aragão, diretor da
consultoria. Para Noronha, se os deputados ouvidos fossem entrevistados na
semana que passou, após o envio da lista de Janot e da devolução da MP da
desoneração por Renan, a avaliação do governo teria sido pior.
E ele
completa: "O fato de que metade dos deputados avalia como ruim ou péssima
a relação do Legislativo com o governo é uma sinalização clara de que a
presidente Dilma precisa urgentemente mudar não somente a sua postura, ou seja,
com mais diálogo e compartilhamento das decisões, como também uma possível
mudança de pessoas na articulação com o Congresso".
Isso quer
dizer que Dilma precisa incluir representantes de outros partidos da base
aliada no núcleo duro de coordenação política do governo ou substituir nomes
que já estejam desgastados na articulação com o Congresso.
E como o nome
de Lula também aparece enrolado em vários momentos das investigações, como no
caso da Refinaria Abreu e Lima, “todos” do PT estão desgastados.
A solução é
começar tudo com gente nova, sem maculas e com ética. Sei que é difícil, mas se
excluirmos todos os políticos que hoje estão em cargos eletivos, tenho certeza
que o Brasil poderá formar um governo honesto.
Chega de bandidos!
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