quinta-feira, 19 de março de 2015

O BICHO PODE PEGAR

Gerson Tavares
 




Como a situação do governo, a cada dia que passa é menos aceita pela população, agora mais da metade dos parlamentares na Câmara já avalia como ruim ou péssima a relação entre Executivo e Legislativo e acredita que o quadro vai manter-se como está ou piorar nos próximos três meses.

Pelo menos é o que mostra a primeira pesquisa de avaliação do governo Dilma Rousseff na Câmara feita pela consultoria política Arko Advice, à qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso com exclusividade. Foram ouvidos 102 deputados de 20 partidos, distribuídos conforme a representatividade de cada bancada, entre 24 e 26 de fevereiro.

Naquele período, o estresse já estava levando os parlamentares no Congresso, a sentirem a expectativa dos pedidos de investigação de políticos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito contra 12 senadores e 22 deputados suspeitos de ligação com o esquema de corrupção na Petrobrás.

Só que a pesquisa ainda não havia captado completamente a piora no clima em Brasília diante da crise deflagrada entre o governo Dilma e o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é um dos membros do PMDB alagoano. Renan devolveu à Presidência da República a medida provisória que reduziu o benefício tributário da desoneração da folha de pagamento das empresas, isso no mesmo dia em que Janot enviava sua lista ao STF.

Segundo Cristiano Noronha, analista sênior da Arko Advice, "a pesquisa reflete um momento de tensão em que o governo já enfrentava diversas dificuldades na Câmara". Cristiano é responsável pela pesquisa em conjunto com Murillo de Aragão, diretor da consultoria. Para Noronha, se os deputados ouvidos fossem entrevistados na semana que passou, após o envio da lista de Janot e da devolução da MP da desoneração por Renan, a avaliação do governo teria sido pior.

E ele completa: "O fato de que metade dos deputados avalia como ruim ou péssima a relação do Legislativo com o governo é uma sinalização clara de que a presidente Dilma precisa urgentemente mudar não somente a sua postura, ou seja, com mais diálogo e compartilhamento das decisões, como também uma possível mudança de pessoas na articulação com o Congresso".

Isso quer dizer que Dilma precisa incluir representantes de outros partidos da base aliada no núcleo duro de coordenação política do governo ou substituir nomes que já estejam desgastados na articulação com o Congresso.

E como o nome de Lula também aparece enrolado em vários momentos das investigações, como no caso da Refinaria Abreu e Lima, “todos” do PT estão desgastados.

A solução é começar tudo com gente nova, sem maculas e com ética. Sei que é difícil, mas se excluirmos todos os políticos que hoje estão em cargos eletivos, tenho certeza que o Brasil poderá formar um governo honesto.

Chega de bandidos!



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