LEWANDOWSKI
É MUDANÇA
DE
ESTILO NO STF
Gerson
Tavares
Dizem
muitos que Lewandowski tem temperamento mais tranquilo e menos explosivo que
Barbosa, mas será que esta tranquilidade não é um modo de agir para não atacar os apadrinhados? Existem diferenças entre os dois, diferenças que sempre foram
mostradas em cada atuação profissional, mesmo antes de se tornarem ministros. Todos
nós sabemos que Lewandowski começou como advogado, depois se tornou juiz em São
Paulo e então chegou a desembargador. Já Joaquim Barbosa passou 19 anos no
Ministério Público e assim viveu sempre analisando os absurdos que acontecem no
seio da República. E é aí que muitos colocam na balança as atitudes dos dois e
dizem que enquanto um construiu a carreira defendendo e 'julgando’, o outro só
fez mostrar os erros dos culpados, sempre colocando o 'dedo na ferida'.
Então
vamos lembrar que em 2012, Lewandowski atuou como revisor do processo do
mensalão, quando sofreu uma grande pressão para liberar logo seu voto e
permitir a realização do julgamento ainda naquele ano. Quando do julgamento, sabemos que Lewandowski foi o que mais absolveu: das 112 condutas criminosas julgadas, ele
foi favorável à condenação em 42 e à absolvição em 70.
Esta
posição provocou um grande desgaste e o ministro ficou mal no processo. Dizem
que ele emagreceu cinco quilos, recebeu e-mails ameaçadores e foi até
hostilizado nas ruas.
Assim mostramos que nem tudo leva o Lewandowski para o ‘purgatório’, até porque quando ele presidiu o
Tribunal Superior Eleitoral, durante as eleições de 2010, foi ele um dos maiores
entusiastas da Lei da Ficha Limpa. Tanto na condição de ministro do TSE como do
STF, ele defendeu a constitucionalidade da lei e sua aplicação já na eleição de
2010. A maioria do Supremo terminou por entender que a lei não tinha problemas,
mas começaria a valer apenas em 2012.
Já
no STF nos primeiros dias de Joaquim Barbosa na presidência do STF, Lewandowski
comentou o novo estilo do colega, que estava mais calmo do que nos meses
anteriores, durante o julgamento do mensalão. Na ocasião, ele argumentou que o
presidente do tribunal deveria adotar um comportamento parlamentarista e não
presidencialista. — Eu acho que tem que ser parlamentarista, tem que consultar
os pares. É um “primus inter pares” (primeiro entre iguais) — disse Lewandowski
na época.
Mas depois ele mostrou o seu jeitinho de 'mediador de acertos' e nada que fosse atingir os 'bandidos do mensalão' passava pelo seu escudo, Agora ele está no momento de assumir a presidência da Corte e é aí que mora o
perigo.
Se ele der seguimento em suas atitudes de defensor de ‘bandidos’ como
ele fez nos últimos meses do ‘mensalão’, a Justiça ‘vai para o vinagre’.
Pobre Brasil!
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