segunda-feira, 30 de junho de 2014

Gabrielli admite que Abreu e Lima 'está cara'.


EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS 

DIZ À CPI QUE HÁ EXCESSO

 NO CUSTO DA OBRA

Gerson Tavares







Como se não bastasse o roubo na compra de Pasadena, o ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli admite que a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, “sem dúvida nenhuma está cara”. Ele fala assim, ‘sem a menor culpa’, que a obra que estava prevista para ser concluída no fim do ano, foi estimada em 2005 por US$ 2,5 bilhões pela estatal, mas o custo atual já está em US$ 18,5 bilhões.

Isto foi dito por Gabriellli em depoimento à CPI mista da Petrobrás, onde contestou o valor inicial da obra, mas reconheceu que os gastos com o empreendimento têm sido elevados. Abreu e Lima é um dos principais focos das investigações realizadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Existe uma suspeita de que contratos e aditivos contratuais foram superfaturados e parte dos recursos desviada para pagar propina a funcionários públicos e políticos e por este motivo entrou também na mira da CPI. E mais uma vez, também este esquema seria operado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela PF.

Mas em se falando em Pasadena, Gabrielli voltou a defender a compra daquela refinaria dos Estados Unidos. Para ele, a aquisição foi “barata” e “abaixo do preço de mercado”. Gabrielli disse que o custo por barril das duas metades da refinaria foi de US$ 5,54 mil, ante um preço médio de US$ 10 mil nos Estados Unidos.

E mais uma vez, Gabrielli isentou Dilma Rousseff de responsabilidade pela compra da primeira metade de Pasadena. Em nota em março, a presidente afirmou que não fecharia o negócio caso tivesse tido acesso a todas as cláusulas contratuais. A compra de 100% da refinaria provocou prejuízo de US$ 530 milhões, segundo Gabrielli. Isso só prova que a Dilma assina qualquer coisa sem ler.

E só por isso, o ex-presidente da estatal disse que não sabe qual posição Dilma tomaria se soubesse das cláusulas e destacou que seria uma “irresponsabilidade” fazer qualquer declaração a respeito.

Foi então que Gabrielli resolveu partir para o ataque. Como o relator da CPI mista, deputado Marco Maia, do PT gaúcho, adotou uma tática diferente da de duas semanas atrás, quando fez um questionário de 139 perguntas à sucessora de Gabrielli, Graça Foster, desta vez, as perguntas vieram dos oposicionistas. Mas tudo foi feito em acordo entre os petistas e o Gabrielli.

Então, depois das perguntas e até mesmo sem respostas, Maia afirmou que o tempo foi gasto mais com “discursos do que perguntas”, dando assim condição do Gabrielli afirmar que o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, do PR, estaria usando a CPI para “fazer um espetáculo”. Bueno tentou retrucar e houve bate-boca, apartado cerca de um minuto depois. E com essa frase, o desrespeito do ‘ex-chefe de gang’ não foi só para com o Rubens Bueno e sim, com a população brasileira que se vê roubada e ainda se sente chamada de ‘burra’. Mas só esquece o Gabrielli que ele sim vem fazendo espetáculo, com tantas ‘mentiras e enganações’.


E assim vamos ‘empurrando com a barriga’ a CPI da Petrobras para depois das eleições. Um modo de não desmascarar a Dilma enquanto candidata a presidência.

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