quarta-feira, 30 de junho de 2010

“Político sim, mas continuar cidadão”




Gerson Tavares



Quando alguém entra para a política normalmente se deixa levar, uns pela vaidade de ser “autoridade” e uma maioria pelas vantagens. Vantagem de ser “o cara’, vantagem de ser o “dono da palavra final”, vantagem de ser o “centro das atenções” e em grande maioria, de levar vantagem financeira nas “tramóias” que são armadas em nome do povo.

Mas um dia aparece aquele que entra na política para continuar a ser o cidadão de sempre e que só quer fazer o bem a população. Este já é mal visto por aqueles outros políticos que falamos mais acima e aí começa a sua luta para se manter na política. Aquele que sempre foi e será integro, vê que o seu espaço fica cada dia mais diminuído pelos políticos sem ética e sem moral.

Não sei até onde vai essa realidade no caso do governador do Acre, Binho Marques (PT), que é o único dentre os governadores eleitos em 2006 em condições de disputar um segundo mandato e que rejeita concorrer à reeleição ou a qualquer outro cargo público nesta campanha. Mas como essa não é uma atitude de momento, ele também descarta "totalmente" se candidatar no futuro.

Há mais de dez anos ele está lá em seu estado na administração pública. Foi secretário municipal e estadual de Educação e vice em gestões anteriores, mas agora Binho quer se dedicar aos dois filhos e aos estudos, provavelmente um doutorado na Universidade de Brasília (UnB). Disse que está na hora de olhar melhor pelos filhos e que quando sua filha nasceu ele estava entrando na Prefeitura de Rio Branco e hoje ela tem 17 anos e precisa do pai e não do político.

Binho falou que nunca quis ser candidato a nada e tudo aconteceu por acaso. Tudo começou porque Marina Silva, que seria candidata natural, estava diante do ministério do Meio Ambiente. Foi escolhido candidato e acabou eleito com 53% dos votos, mas que esta condição nunca tinha passado pela sua cabeça.

Agora Binho Marques resolve que é hora de voltar a sua vida de “cidadão chefe de família”. A “mosca azul” não o picou e ele continua a mesma pessoa, gente de bem que procurou fazer o bem a sua terra, mas sem nunca esquecer que em casa esta uma família que precisa de sua presença.

E Binho definiu em uma frase tudo aquilo que os outros políticos tinham que ouvir e pensar muito bem: “Sou candidato agora a ser gente”.

Ah, se todos os políticos fossem iguais a você, que maravilha seria esse país.

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