Justiça? ... Que justiça?

Gerson Tavares

Quando fiquei sabendo que um corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro estava “associado” ao escritório de advocacia administrado por Eduardo Raschkovsky, lobista que é acusado de oferecer sentenças a políticos, empresários e tabeliães em troca de vantagens financeiras, já fiquei meio na bronca. Mas o pior estava por vir quando vi o nome do corregedor. Nunca poderia pensar que este “pilantra” atendesse pelo nome de Roberto Wider. O corregedor em causa era o desembargador Roberto Wider, um “cara” que eu havia colocado no patamar de cima?

Foi um grande susto saber que Wider estava fazendo “negociatas”, mas passado o primeiro susto, e sobrevivendo a ele, vi que “desgraça pouca é besteira”. O ilibado desembargador está atolado até aos poucos fios de cabelo que ainda lhes sobram na cabeça.

O corregedor-geral, que no caso é o desembargador Roberto Wider, montou um esquema de “trambique” e até nomeou advogados que trabalham para o lobista Eduardo Raschkovsky. Exatamente um mês após a sua posse, Wider “colocou” dois advogados do escritório L. Monteiro Associados, o escritório das “tramóias”. Em dois atos executivos, publicados no Diário Oficial dos dias 26 e 30 de março de 2009, Wider sacramentou as nomeações.

No primeiro, Wider designou Alexandre de Paula Ruy Barbosa como responsável pelo expediente do 11o Oficio de Notas da Comarca da capital (Centro) e no segundo, nomeou Carlos Roberto Fernandes Alves que assumiu o 6o Oficio de Justiça da Comarca de São Gonçalo.

Os dois não passaram por nenhum concurso, mas se aprontaram para garantir mais “ganhos para a quadrilha”.

Neste país, não dá mais para acreditar nem na Justiça. Isto é uma vergonha!