segunda-feira, 7 de julho de 2008

“A vida é assim”

Gerson Tavares


Dois amigos já não se encontravam há um mês nas parcerias das mesas de baralho lá do “Paraiso dos velhinhos” no Posto Seis. Ontem chegaram no mesmo horário para uma rodada de buraco e um deles veio logo com perguntas, preocupado com tudo que está acontecendo no momento:

Virinaldo: E ai, como vão as coisas, Leonildo? Foram tantas as novidades que aconteceram nesses trinta dias que até podemos trocas o jogo de cartas por um bom papo. E ai?... Como vão as coisas?
Leonildo: Tudo bem. Está tudo correndo as mil maravilhas.
Virinaldo: Você sabe que eu fiquei preocupado com você e com seu filho?
Leonildo: Mas por quê? Comigo e com o Astrobaldo?
Virinaldo: Exatamente. E você sabe por quê?...
Leonildo: Não, não sei e por que saberia?
Virinaldo: Ora, por causa desse tal de bafômetro. Todo mundo sabe que o Astrobaldo sai por ai na noite e gosta de um chopinho. Agora com essa “lei Temporão”, ele vai acabar perdendo carteira de motorista, você vai ter o seu carro rebocado além de pagar quase mil reais de multa.
Leonildo: Não... O Astrobaldo não corre esse risco não... Tenho certeza que nada irá acontecer com ele e eu não vou ter que pagar multa nenhuma e nem vou ter o carro rebocado.
Virinaldo: Ta bom... Me engana que eu gosto... Vai dizer que o seu filho deixou o vício assim... Da noite pro o dia?
Leonildo: Não... Deixou o vício não...
Virinaldo: Então... Se não deixou o vício, a qualquer hora pode ser pego em uma blitz e aí já era.
Leonildo: Mas ele não deixou o vício... Ele trocou de vício...
Virinaldo: Como é que é?... Trocou de vício?
Leonildo: É isso aí... Ele agora trocou o chope pelo “cigarro do capeta” e pelo pozinho... Assim, ele pode ficar doidão que a polícia não incomoda e tudo fica legal.

Hoje e toda segunda-feira, “A vida é assim”.

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