
Cabral recebe famílias de Daniel e Ramon, vítimas da violência no Rio
Mãe e padrasto de rapaz morto na saída
da boate estiveram com Sérgio Cabral
RIO – Eram dois casos distintos. Nada tinham em comum, mas o governador Sérgio Cabral recebeu na manhã de ontem, no Palácio Guanabara, Daniela Duque e Sérgio Coelho, mãe e padrasto de Daniel Duque, 18 anos, morto por um PM durante briga do lado de fora de uma boate em Ipanema e Iramar Luciano, tia de Ramon Fernandes Domingues, de 6 anos, morto na segunda-feira, depois de ser atingido por uma bala perdida, durante operação da PM na favela do Muquiço, em Guadalupe, há duas semanas. No encontro, o governador voltou a criticar a atitude do policial, por ter sacado uma arma durante uma briga de jovens, e prometeu rigor na apuração dos crimes.
O encontro aconteceu depois que o movimento Rio de Paz fez uma manifestação contra escalada da violência, em frente ao Palácio Guanabara, pela manhã. Os parentes das vítimas participaram do protesto. Mas seria bom diferençar um fato de outro. Um foi uma briga onde um dos brigões levou a pior e no outro uma criança foi atingida por uma bala perdida.
E no primeiro caso, na madrugada de ontem aconteceu o depoimento de Pedro Velasco, filho da promotora Márcia Velasco, que confirmou a versão do PM Marcos Parreira do Carmo, durante depoimento à 14ª DP (Leblon). Pedro disse que viu o PM sendo cercado e quase dominado pelo grupo que estava com a vítima, o que explicaria o disparo que culminou na morte de Daniel.
No depoimento, Pedro disse ainda que estava acompanhado de três amigos, entre eles o jogador Diguinho do Botafogo, além do soldado da PM. Eles teriam chegado à boate por volta de 3h45 do sábado e ficaram no local por cerca de uma hora e meia. Na saída da boate, Pedro teria sido abordado por um conhecido chamado Bruno, que estava com uma menina e teria pedido ajuda por estar sendo perseguido. Pedro disse que teria avisado que avisou ao PM, que iria dar uma carona ao casal, mas um grupo chegou com ameaças e começou a chutar o carro.
Mas a realidade é uma só: se um policial, que está escalado para fazer a segurança de uma pessoa que está ameaçada de morte, não agir como guardião, será cobrado, mas se agir, será crucificado.
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