E nem era um debate

Gerson Tavares

O Jornal Nacional, noticiário da TV Globo, começou na segunda-feira a mostrar os candidatos à Presidência da República para as eleições de outubro. Começando pela candidata do Lula, que por acaso também é a candidata do PT, do PMDB, do Sarney, do Collor, do Palocci, do Zé Dirceu e de tantos outros “safardanas” que durante os oito anos do governo petista estiveram sempre envolvidos com “maracutaias” e “trambiques”.

E como não poderia deixar de ser, Dilma Rousseff se colocou como a “dona da verdade” e ao responder pergunta do Willian Bonner se ela se considera preparada para governar o país ela já começou mostrando que não está preparada nem mesmo para responder perguntas: “Eu tenho experiência administrativa suficiente”. Disse que foi secretária municipal da Fazenda, depois por duas vezes, secretária de Energia do Rio Grande do Sul, assumiu o ministério de Minas e Energia e foi coordenadora do governo ao assumir a chefia da Casa Civil. E completou: “Então, eu me considero preparada para governar o país. E mais do que isso, eu tenho experiência, eu conheço o Brasil de ponta a ponta, conheço os problemas do governo brasileiro”.

Bem, o meu amigo “Zé Doidão”, já foi motorista de uma transportadora e também conhece o Brasil de ponta a ponta, mas nem por isso ele se acha apto a ser presidente. Quanto a conhecer os problemas do governo brasileiro, quem está a oito anos participando de todos os “trambiques” que aconteceram durante este período e lógico, que foi "um dos problemas" deste mesmo período, conhece realmente os problemas do governo, mas nós queremos alguém que conheça e tenha as soluções para os problemas da população brasileira.

Quando Bonner falou sobre a sua indicação por Lula para candidata, Dilma falou que está ligada ao presidente: “Eu participei diretamente com o presidente, fui braço direito e esquerdo dele nesse processo de transformar o Brasil num país diferente, num país que cresce, que distribui renda, em que as pessoas têm a primeira vez, depois de muitos anos, a possibilidade de subir na vida”. Dilma mais uma vez quis dizer que sem ela Lula não seria ninguém. Já por várias vezes ela disse: “Tudo que aconteceu de bom no governo Lula, fui eu que fiz”. Para ela, Lula não passa de um zero à esquerda.

Quando Bonner e Fátima Bernardes apertaram e em tom de “sarcasmo” disseram que por tudo que ela falou o PT não errou em nenhuma ocasião, Dilma mostrou o seu cinismo: “O Brasil é um país de 190 milhões de habitantes. Nós tivemos um processo no Brasil muito duro. Quando chegamos no governo, a inflação estava fora do controle. Nós tínhamos uma dívida com o Fundo Monetário, que vinha aqui e dava toda a receita do que a gente ia fazer”.

Aí ela mostrou que não está preparada para ser questionada e ali não era nenhum debate. Desisti e parei de assistir. Se esta “senhora” tem coragem de falar que a inflação era galopante em 2002, não dá para ver e muito menos ouvi-la. Só faltou falar que o “Plano Real” foi criado por ela.

Quer saber? Vai tomar caju!