sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Classe média, mas nem tanto

Gerson Tavares

Quando o governo Lula fala que o “miserável” virou classe média, das duas uma: ou a classe média desceu ao fundo do poço, ou então Lula não sabe onde sobrevive o “miserável povo brasileiro”.

É só olharmos bem como está vivendo aquele brasileiro que de sol a sol vai à luta para levar um pouco de pão para seus filhos, que vivem em barracos, sem a menor estrutura de moradia. Muitos ainda levam seus filhos para ajudar a catar latinhas e embalagens plásticas para vender no primeiro “reciclador” que aparece.

Este é o caso de Raissa dos Reis, uma menina de cinco anos, que entre tantas crianças que passam o dia andando atrás de seus pais, já ajuda a família a sobreviver. E isto acontece logo ali, em um prospero município do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, onde está instalada uma das maiores refinarias da Petrobras. Pois bem, ali convivem lado a lado, as facilidades de vida dos funcionários de uma das maiores estatais do país e a miséria de catadores de sucata que passam o dia andando entre o lixo que é “desovado” em um aterro “nada sanitário” de Jardim Gramacho, naquela cidade.

Mas a desgraça dos “miseráveis” da “nova classe média” não acaba aí. Mesmo aqueles que moram em casas estão em condições de calamidade. Em uma pesquisa do IBGE ficou claro que em 2008, no sexto ano do governo petista, uma grande parte do Brasil ainda não sabia o que queria dizer "saneamento básico". No ano 2000 havia 36 milhões de domicílios sem esgoto, o que correspondia a 56% do total de domicílios do país. Já no ano 2008 ainda estavam 32 milhões de domicílios naquela mesma situação. Isto quer dizer que em oito anos, sendo seis do governo petista, apenas 10% dos domicílios foram beneficiados. Isto se não houvesse aumento de domicílios no país, o que é uma coisa impossível.

Mas o pior é que de lá para cá nada mudou. No Rio de Janeiro 36 cidades não tem tratamento de esgoto. Rede coletora é “coisa de luxo” em várias cidades do Rio e entre elas estão Teresópolis, Guapimirim, Mangaratiba, São Francisco de Itabapoama e Japeri. Em 2008 o serviço de saneamento era oferecido a 49,2% das casas, o que vem a ser, menos da metade dos domicílios.

Estou falando só de saneamento básico, trabalho e “fome”, mas muitas coisas mais poderiam ser listadas para mostrar que não é bem verdade que o “povo” esteja tão bem de vida. A “nova classe média” vive neste governo petista como se fosse aquela “antiga classe miserável”. Isto não quer dizer que outros governos estejam isentos de culpa, mas é o governo petista que está fazendo todo esse alarde que tirou o povo da miséria. Que hoje a classe menos aquinhoada é a “nova classe media”. E o pior é que a turma que está comandando a propaganda do PT sabe que “uma mentira repetida muitas vezes, acaba virando verdade”.

Mas esperamos que o povo acorde. Que deixe de vender seu voto por qualquer “bolsa”, que deixe de trocar o seu voto por promessas que nunca serão cumpridas.

Acorda meu povo, enquanto você ainda pode votar. Seu direito de voto hoje é garantido, mas no futuro, nem Deus sabe.

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