As coisas mudaram
Gerson Tavares
Lembram-se das manifestações
que aconteceram em junho do ano passado? Pois elas estão quase no esquecimento
do povo, mas pelo menos os políticos ainda pensam nelas e dizem que elas
consolidam inversão de prioridades das diretrizes dos programas de governo que
os candidatos à Presidência irão debater em suas campanhas.
Quase todos os
candidatos estão preparando os seus pronunciamentos no crescimento e batendo na
tecla dos problemas urbanos. Pelo menos são estas posições que podem ser
notadas nos textos enviados ao Tribunal Superior Eleitoral pelos três
principais postulantes à presidência.
Claro que esta posição
não é do candidato e sim do seu marqueteiro que precisa vencer a eleição para
mostrar serviço. Por isso os marqueteiros estão colocando as grandes
manifestações de junho do ano passado, iniciadas como um protesto contra o
preço das tarifas do transporte público e culminando em um clamor popular por
uma reforma urbana, como ponto de apoio para a campanha.
E esta posição deixa
transparecer uma situação que é muito preocupante para aqueles que pensam no
futuro deste Brasil. Isso porque até a década de 1960, quando a bandeira da reforma
agrária empolgava os partidos de esquerda no País e quando do governo de João
Goulart, 55% dos brasileiros viviam em zonas rurais e hoje aquela população
produtora está em torno de 16%. E para piorar ainda mais esta nossa
preocupação, segundo o IBGE, a tendência é que ela fique mais reduzida nos
próximos 30 anos.
Pelo que dá para
sentir, todo este solo fértil que sempre foi o tesouro brasileiro, vai virar um
solo abandonado e as cidades a cada dia mais assoladas por pessoas que chegam às cidades em
busca do tesouro e acabam debaixo das marquises.
Mas o governo petista
acabou com a ‘miséria’ e por este motivo, todas essas pessoas estão ali, dormindo ao relento, “é
só por esporte”.
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