Energia
para roubar
Depois de ver a suntuosidade
da entrada desta rua no bairro do Morumbi, em São Paulo, onde fica casa do
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado/SP, Robson Marinho, o Ministério
Público de São Paulo resolveu avaliar se há algum indício se o dinheiro
depositado em uma conta na Suíça, que pagou a compra de sua residência naquele
bairro, na parte nobre da cidade de São Paulo e que hoje está avaliada em R$ 4
milhões. A Promotoria também requisitou à Justiça que todos os recursos
localizados nessa conta sejam transferidos em favor da Fazenda do Estado de São
Paulo.
Um parecer técnico do
Ministério Público revela que no mesmo dia em que transferiu US$ 1,15 milhão da
Suíça para o Coutts Bank, banco nos Estados Unidos, o conselheiro fechou a
compra do imóvel na capital paulista. A Promotoria apurou que os vendedores do
imóvel onde reside Marinho mantêm conta na mesma instituição financeira para a
qual ele fez a transferência. As duas operações, tanto a transferência do
dinheiro e a compra do imóvel, ocorreram no dia 28 de setembro de 1998.
Marinho, que é uma "pessoa simples", possui, além do imóvel no Morumbi, uma ilha em Paraty, região
da Costa Verde do Rio de Janeiro, uma casa em Ubatuba, no litoral norte de São
Paulo, que está avaliada em R$ 7 milhões, e outros bens. Para o Ministério
Público, essa movimentação bancária é o primeiro indício importante que liga a
aquisição de patrimônio pelo conselheiro a dinheiro de propina que o ex-chefe
da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB) teria recebido da empresa Alstom.
Segundo os promotores,
Marinho recebeu propina para favorecer a multinacional francesa em contrato da
área de energia do governo paulista, entre 1998 e 2001, denominado Gisel II,
que é um empreendimento da antiga Eletropaulo, sucedida pela Empresa Paulista
de Transmissão de Energia (EPTE).
Será que Marinho fez
alguma falcatrua? Mas se fez, será que não tem mais ninguém com ele nessa
roubalheira toda?
Este é o Brasil que eu
não queria.
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