MPF PEDE EXONERAÇÃO DE
PRIMO DE ROSEMARY NORONHA
Gerson Tavares
Depois de cair no
esquecimento, a Rosemary Noronha já estava certa que nada mais iria acontecer e
então, deitada na ‘rede do Lula’, tranquilizou-se. Com seus familiares bem
colocados em cargos que o Lula havia garantido, a paz reinava para toda a
família. Mas ela não esperava que o Ministério Público Federal em São Paulo fosse recomendar a exoneração imediata de um primo da ex-chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo.
Mesmo com a Rosemary
Noronha, exonerada da função em 2012 após denúncias de envolvimento em um
esquema de corrupção, o Marcelo de Lara Peixoto, que foi nomeado para ocupar cargo
de confiança na extinta Rede Ferroviária Federal em São Paulo em 2009, estava numa melhor. Mas
agora, os procuradores resolveram que sua admissão foi irregular, aliás, como
tudo que foi feito pelo ex-presidente Luiz Inácio.
A procuradora da
República Thaméa Danelon afirma que e-mails interceptados pela Polícia Federal
na ‘Operação Porto Seguro’ mostram que Rosemary pediu a nomeação do primo “com
urgência” para o cargo comissionado no Ministério dos Transportes. A ‘Porto
Seguro’ foi deflagrada em novembro de 2012 e desarticulou um grupo suspeito de
comprar pareceres técnicos de órgãos federais e acelerar processos internos de
agências reguladoras para beneficiar empresas privadas. Além de Rosemary,
outras 17 pessoas tornaram-se alvo de ação criminal.
Em nota divulgada à
imprensa, o MPF-SP informa que o pedido de contratação de Peixoto consta em
mensagem de 16 de dezembro de 2009 que foi escrita por Rosemary a Paulo Vieira,
ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), apontado pela PF como chefe do
esquema. A nomeação ocorreu dias depois, em 23 de dezembro. Para a
procuradoria, a admissão resultou de troca de favores entre Rosemary e Paulo
Vieira e por essa razão “violou os princípios constitucionais da legalidade, da
impessoalidade e da moralidade”.
“O Supremo Tribunal
Federal já consagrou o entendimento de que a prática do nepotismo viola a
Constituição Federal”, assim afirmou a procuradora em sua recomendação,
encaminhada ao Ministério dos Transportes. A pasta tem 30 dias, a partir do
recebimento do pedido, para cumprir o pedido.
Só espero que esses 30
dias não sejam pagos como salário ao ‘salafrário’.
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