quinta-feira, 15 de abril de 2010

O que será “voto útil”?

Gerson Tavares

Quando, conversando, falo em eleições, sempre falo sobre o fato de eu “votar nulo”. Explico que só voltarei a votar em alguém quando uma pessoa digna se apresentar candidato, fato que poderá ocorrer na próxima eleição, talvez na seguinte ou até, quem sabe, nunca mais. E muitas vezes escuto pessoas falarem que elas votam sempre naquele que está sendo apontado pelas pesquisas como o que tem mais possibilidades para vencer o pleito. Para eles não interessa se a pessoa é ou não séria, eles só não querem perder voto, é como dizem eles, o voto útil.

E ai eu tento explicar que este é o voto mais inútil que existe e que ele está votando em quem mais engana. Pesquisas, quando são iniciadas, são normalmente manipuladas. O “instituto tal” é contratado pelo “partido isso” ou pelo "grupo aquilo" para fazer pesquisa onde é de interesse do candidato e assim vai sendo montado o resultado. Como existem aqueles que eu falei acima, que querem ter o “voto útil”, chega num determinado momento que esses se somam aos “vendedores de votos” e ai a pesquisa deslancha.

Também tento explicar que a “máquina do governo” pode fazer a diferença, que aqueles que recebem benesses durante um período do governo, principalmente nos últimos meses de mandato, tem obrigação de votar no candidato que o governo impõe. É um voto que antigamente era chamado de “voto de cabresto”. Também no passado, principalmente no interior, existiam os “currais eleitorais”. Hoje esses “currais” estão espalhados pelas cidades de todo o país. “Ou vota, ou perde a boquinha”. Explico que o governo está comprando os seus votos para continuar a fazer suas “falcatruas” e que custa muito barato dar uma “Bolsa qualquer coisa” e que para eles, continuando no governo, rendem milhões em contas bancárias, muitas, fora do país. E quando digo isso sempre lembro aquele cidadão lá do interior que falou há algum tempo atrás que iria votar na mulher do Lula porque ela ia continuar a dar “Bolsa Família”.

E agora saiu mais uma pesquisa e que prova o que digo. Na terça-feira foi divulgada uma pesquisa “Sensus” que mostra a candidata do Lula, aquela que Lula leva pela mão para qualquer lugar que ele vai, a Dilma Rousseff, empatado pela primeira vez com José Serra, o candidato tucano. Serra, segundo o resultado “desta pesquisa” esta com 32,7% e a Dilma com 32,4%. Um empate bem estranho, mas é o que diz a “pesquisa”.

O Ciro Gomes, do PSB, que ainda não decidiu se disputará a presidência, tem 10,1% e Marina Silva do PV, 8,1%. Votos brancos e nulos somam 7,7%. já 9,1% não souberam ou não responderam. Também mostraram um cenário sem o Ciro Gomes quando Serra atinge 36,8% e Dilma, 34%. Marina sobe para 10,6% e brancos e nulos passam para 9,1%. Não souberam ou não responderam, 9,5%.

Agora eu pergunto: quem pediu essa pesquisa? E eu mesmo respondo: a pesquisa foi contratada pelo Sintrapav-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo.

E alguém acredita que um pedido do sindicato de “trabalhadores” poderia dar outro resultado? Pesquisa a pedido de pelego pode ser coisa séria?
Desculpem-me, mas estou cheio de marmelada.

Um comentário:

Somel Serip disse...

Gerson Tavares, olá !

Muito bom seu artigo e estou plenamente identificado contigo !

Meu voto é VOTO NULO REIVINDICATÓRIO !

"UM POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO !"

Abraços à todos !
Somel Serip.