quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O bom mesmo é ser “amigo do rei”




Gerson Tavares

Quando em 1964 os militares tomaram o governo das mãos dos civis e ainda pelo tempo que duraram os de chumbo”, muita gente foi presa, alguns sumiram, outros deram o fora e ainda outros se aliaram aos vencedores. Foi uma “revolução” sem tiro e com muita gente correndo para baixo da cama. Mas como sempre, os vencidos que foram presos, sofreram, uns torturados para falar o que sabiam, outros dando com a língua nos dentes em troca de regalias.

Mas o tempo passou e os contra a ditadura lutavam por uma “anistia ampla e irrestrita”. O Brasil formou fileira com os “cassados” e anistia veio e por incrível que pareça exatamente pelas mãos de João Batista Figueiredo, o homem do SNI. Com a anistia ampla e irrestrita, todos que estavam fora do país voltaram à sua terra e todos os cassados tiveram os seus direitos de cidadão reconhecidos em sua amada pátria.

E o tempo continuou a passar, até que um dia os “opositores” chegaram ao governo. Mas parece que eles esqueceram que estavam voltando a governar o país, exatamente porque aconteceu uma anistia geral e irrestrita e que foi ela, a “anistia geral e irrestrita” que abriu esta porta.

E foi assim, que junto com a anistia, veio também a brecha para as reparações econômicas da Comissão de Anistia do Ministério de Justiça. Virou uma “febre” entrar na lista de pedido de indenização e de pensão mensal e com isso, a coisa virou uma bola de neve. Mas agora, olhando bem as pessoas que estão ganhando a “grana”, chega-se a conclusão que tudo foi se transformando e virou um “negócio da China” ser amigo do presidente. Aconteceu na terça-feira passada, uma reunião em São Bernardo do Campo, terra adotiva de Lula, mais uma reunião da Comissão de Anistia e mais doze metalúrgicos saíram com a “burra cheia”.

Terá sido uma simples coincidência ou ser “amigo do rei” dá direito a ganhar aquele “aquele por fora”.

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