Ladrão avisa: “tem criança dormindo em carro”

Este foi o Monza que deixou o ladrão indignado.

Além do carro ser velho, ainda tinha um “piá” dentro

PORTO ALEGRE – O ladrão de carros foi mais consciente que os pais. Um verdadeiro “bom ladrão”. Depois de furtar na madrugada, por volta das 2 horas, de ontem, um carro na cidade de Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul, um ladrão percebeu que uma criança dormia no banco traseiro do carro e imediatamente ligou para a Brigada Militar informando onde abandonaria o carro. O carro, um Monza azul, ano 1983, foi encontrado pela polícia com o menino de cinco anos ainda dormindo.

Os policiais levaram a criança para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, junto com a mãe e seu companheiro, encontrados, se divertindo e bebendo, em um bar no Centro. O plantão do Conselho Tutelar da Microrregião II foi acionado.

Na ligação que fez à polícia, o ladrão se disse revoltado com o descaso dos responsáveis pela criança. E ameaçou: “Eu roubei um carro que tinha um piazinho (criança pequena) dentro e eu não vi. Manda uma viatura lá pegar o guri e avisa ao f.d.p. do pai dele para não fazer mais isso. Avisa que, da próxima vez que eu pegar esse auto e tiver o piá lá, eu mato ele”, disse o inconformado ladrão ao plantonista do 190.

Em depoimento ao Conselho Tutelar, quando recebeu o filho de volta, a mãe alegou que o deixou no carro porque ele estava com frio e sono. Dizendo-se arrependida, afirmou que foi a primeira vez que o garoto dormiu sozinho no carro. Disse que ficou fora do carro por cerca de uma hora.

“Eles disseram que acharam por bem deixar a criança dormindo sozinha no veículo, o que configura negligência”, disse a plantonista do Conselho Tutelar de Passo Fundo, Tereza Capellesso.

O Monza, que foi roubado próximo do número 897 da Avenida Brasil, no Centro de Passo Fundo, estava com os documentos vencidos, por isso foi guinchado. O veículo foi abandonado pelo ladrão na Rua 7 de Agosto, 488, no bairro Operário. Na 2ª DP de Passo Fundo foi registrada ocorrência de furto, mas o “bom” ladrão não foi encontrado.