quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Net pode ficar mais barata



Gerson Tavares


Pelo jeito, os traficantes e os milicianos vão ter que mudar de profissão. Até que enfim alguém olhou para o povo. O José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do estado, pediu a direção da empresa Net, para que ela assuma o fornecimento da tv a cabo popular e internet em banda larga para moradores de duas favelas que estão livres dos “bandidos” que mantinham a “gatonet”. Este serviço será implantado em primeiro lugar no Jardim Batam, em Realengo. Depois a empresa estenderá o serviço à comunidade Tavares Bastos, em Laranjeiras.

Este é uma medida, porque na comunidade do Batam, foi implantado o modelo de policiamento comunitário, onde a segurança é feita por policiais que moram no local. Antes disso, o local era comandado por milicianos que fugiram ou foram presos. Segundo Beltrame, essa é a idéia para evitar que a comunidade recorra a serviços clandestinos, que estão sendo explorados, com um bom lucro, pelos milicianos e pelos traficantes.

Segundo a Net, o plano é tornar o informal, formal. Quer dizer: não deixando que outras pessoas levem vantagem no roubo de serviços. Já se fazia realmente necessária, uma medida moralizadora. Esperamos que o secretário de Segurança não deixe que outras milícias sejam formadas.

Mas uma coisa me “grilou” neste acordo com a Net. É que essa tarifa para as comunidades terá um preço diferenciado. Mas como? Como será delimitada essa comunidade? Será que a casa do vizinho faz parte da comunidade? Não podemos esquecer que uma “favela” acaba de um lado da rua e do outro já não é favela. Acho que Net terá que rever todos os contratos daqueles que não moram em “comunidades”.

É bom lembrar que no Código do Consumidor está lá, no capitulo III dos Direitos Básicos do Consumidor, art. 6º, parágrafo III: “a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas à liberdade de escolha e a igualdade nas contratações”.

Por tanto, se você que também é povo, mora perto de alguma “comunidade”, assim que a Net assumir o comando, cobre a sua parte.

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