segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Relatório Final, mas que ainda vai dar mais algum tempo de "faturamento"


“COMISSÃO VERDADE”

Gerson Tavares






Resolvi entrar de férias, mas sem me desligar da politicagem que tomou conta do país. essa turma não me dá folga e então comecei a selecionar o que deveria escrever após o descanso. Foi então que resolvi começar o ano falando sobre a Comissão Nacional da Verdade que entregou à presidente Dilma Rousseff o relatório final de seu trabalho, realizado durante dois anos e sete meses. Com um relatório que nada mais é que uma "grande mentira", a Comissão, que foi criada por lei aprovada no Congresso em 2011, instalada em 2012 e tinha como tarefa final apurar e esclarecer casos de graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, descobriu que só um dos lados e ainda em determinada época, aconteceram transgreções à lei. E foi assim, com essa data definida, que comecei a não entender o porque só no 1946 começou a tortura no País. Será que esqueceram que o Brasil viveu sua era de terror de 1930 a 1945 em uma ditadura cruel implantada por Getúlio Vargas?

Mas como as investigações foram voltadas para focarem principalmente o período do governo militar que teve início em 1964 e que eles entendem como a ditadura militar, já que para a maioria daqueles que dizem conhecer a política brasileira, o período militar entre 1964 e 1988 é o único governo que implantou terror. O relatório final, que foi dividido em três volumes, contém um detalhado painel das violações ocorridas naqueles 25 anos e apresenta os principais locais onde ocorreram torturas e mortes. Também uma lista com nomes de pessoas que, a serviço do Estado, são apontadas como responsáveis diretos e indiretos pelos crimes. Dos 377 listados, cerca de 200 ainda estão vivos.

Em suas conclusões, a comissão recomenda ao Estado brasileiro que as pessoas apontadas sejam responsabilizadas juridicamente, tanto no ponto de vista civil, criminal e também administrativo. O texto afirma que elas não podem ser beneficiadas pela Lei n.º 6683, de 1979, mais conhecida como Lei da Anistia.

E é por esse detalhe que começo a divergir da ideia dessa “verdade” que não passa de uma "mentirinha marota". Quando aqueles que se dizem de “esquerda” queriam a anistia, resolveram pedir uma “anistia geral e irrestrita”. Será que, claro, fora o Lula, os outros de esquerda sabiam o que vem a ser “irrestrita”? Claro que “geral” para eles poderia ser aquele espaço nos estádios de futebol onde a galera que pagando para ficar em pé, se colocava nos estádios. Mas eu explico que não é bem essa “geral” à qual a lei coloca em “jogo”. Geral nesse caso quer dizer todos, tudo, sem tirar ninguém do “bolo”.

Quanto á palavra “irrestrita” a lei estava falando em “não tirar ninguém também”. E foi assim que os de “esquerda” conseguiram voltar por cima. Todos, além de voltarem também conseguiram empregos em empresas estatais, em grupos políticos que os levaram aos melhores postos de governo, mesmo que não tivessem conhecimento nem gabarito para exercerem, mas que eram necessários para dar o início à retomada dos cargos de governo. E assim aqueles que antes de perseguidos e presos eram vagabundos, continuaram com a mesma “classificação profissional”, mas dalí para frente dentro das casas governamentais e faturando uma boa grana. Isso prova que eles sabem negociar, pois na hora de serem anistiados, toparam que todos fossem anistiados, de um lado eles que ficaram de vítimas e do outro lado os militares torturadores, mas que também foram caçados e muitos morreram como aqueles “pobres torturados”. Sim, porque em guerra, morrem pessoas dos dois lados e aquilo que aconteceu naquele período foi uma “guerra civil”, não foi? Se alguém disser que não foi, então os militares estavam caçando bandidos, certo?

Mas voltando para a “Comissão Verdade”, a comissão que foi criada para empregar uma turma que queria entrar na “mamata”, em suas decisões e recomendações, existe uma única recomendação que não teve a unanimidade dos votos dos comissionados, isso em uma lista de 29. Ela não propõe diretamente a revisão da lei de 1979. Mas como bons brasileiros, que quando é para se beneficiarem lembram daquilo que é “decisão dos outros”, essa “lei” afirma que o Brasil deveria se sujeitar à decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em 2010 responsabilizou o País pelo desaparecimento de participantes da Guerrilha do Araguaia, na década de 1970.

E por aí vai aquele lenga-lenga da história que no final das contas vira “uma estória da carochinha”. Como a sentença da corte deixou claro que “as disposições da Lei de Anistia de 1979 são manifestamente incompatíveis com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação de graves violações de direitos humanos, nem para a identificação e punição dos responsáveis”. E assim eles colocaram uma forma indireta de propor a revisão da lei.

Claro que isso tudo não vai dar em nada, mas para a Dilma já serviu para alguma coisa. Dilma colocou todo o seu talento naquele momento solene para expressar sua emoção e debulhou-se em lágrimas. Não sei em que escola de teatro ela cursou, mas soube muito bem aproveitar o ensinamento.

Aquele momento me fez voltar no tempo e lembrar os programas que fazia ainda na TV Tupi, quando no texto, em determinado momento abriam-se parênteses e ali escreviam (aqui muita emoção – vale até chorar). Claro que os apresentadores da época, que eram bem escolados, faziam com que o auditório viesse à abaixo e o telespectador vibrava com a emoção do apresentador.

Pois é assim que vejo hoje a emoção da Dilma e de todos aqueles seus “parceiros” que sabem muito bem que a hora de chorar é importante para que alguém leve a sério aquelas “Verdades mentirosas”.

Pobre Brasil!

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