terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Ex-gerente diz que diretoria foi omissa
 




Mesmo em férias, ouvindo um pouco de rádio, já que é um dos poucos vícios que tenho, escutei um analista falar que tudo podem falar de Dilma Rousseff, mas que ela “rouba”, isso ninguém pode falar.

E isso foi dito exatamente no dia em que a Venina Velosa, em depoimento reiterava a versão de que alertou cúpula da Petrobrás sobre irregularidades. E Venina ainda deixou bem claro que sofreu ameaças polo alerta que fez.

A ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás Venina Velosa da Fonseca prestou depoimento ao Ministério Público Federal, em Curitiba, e denunciou irregularidades na estatal. Na oitiva, que durou cerca de cinco horas, ela contou ter recebido ameaças após revelar desvios na companhia e reiterou que a atual diretoria da estatal sabia dos problemas em ao menos três setores, mas não tomou providências.

Bem, se a Dilma sempre esteve no comando da Petrobrás, desde o governo Lula e depois em seu “desgoverno”, se seu braço direito na estatal, Graça Foster, foi alertada por Venina e não atendeu os “apelos” de providencias e ainda mandou a funcionária para longe de tudo e todos, desculpe, mas a Dilma não é esse poço de honestidade que querem imputar a “presidenta” deles.

No pacote levado a Curitiba, também estão as mensagens enviadas por ela à atual presidente da companhia, Graça Foster, e ao diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, nas quais alertaria para as irregularidades. “É um conjunto probatório que, no meu entender, mostra que houve omissão dolosa por parte da diretoria”, afirmou o advogado Ubiratan Mattos, que acompanhou a ex-gerente no depoimento. “Com absoluta convicção, a diretoria sabia (das irregularidades). Tanto que ela foi ‘exilada’ para ficar longe”, acrescentou ele. O Ministério Público Federal vai avaliar se há elementos para novas investigações.

Venina foi gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás de 2005 a 2009. No período, ela foi subordinada ao então diretor Paulo Roberto Costa, que confessou um esquema de pagamento de propina por empreiteiras, que abasteceria partidos da base aliada, em troca de contratos superfaturados de obras da estatal, entre elas a de Abreu e Lima. A ex-gerente diz ter relatado os problemas a integrantes da cúpula da estatal, por e-mail, a partir de 2009, incluindo a Graça Foster, então diretora de Gás e Energia, e Cosenza. Depois disso, foi transferida para a subsidiária da Petrobrás em Cingapura. Aliás, todo esse caso foi revelado pelo jornal Valor Econômico.

As irregularidades denunciadas envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para serviços que não foram realizados na área de comunicação, além do aumento dos custos de Abreu e Lima, cujo orçamento saltou de R$ 4 bilhões para R$ 24 bilhões. Ela também relatou supostos prejuízos na compra de óleo combustível no exterior.
‘Retaliação’. A Petrobrás alega que os e-mails enviados por Venina a Graça Foster antes de 20 de novembro de 2014 não tratavam dessas irregularidades. Em entrevista, a presidente da estatal disse que a ex-gerente decidiu fazer denúncias após um relatório interno responsabilizá-la pelas não-conformidades que inflaram o valor das obras de Abreu e Lima. Por conta dessas acusações, ela foi destituída do cargo de chefe da Petrobrás em Cingapura em novembro e teve sua remuneração reduzida em cerca de 40%.

A estatal também argumenta que, quando Cosenza recebeu denúncias sobre Abreu e Lima, a responsabilidade sobre o projeto era da própria ex-gerente. E acrescenta ter tomado as providências adequadas quanto os negócios de comercialização de óleo no exterior.

Mas para piorar o caso, no depoimento Venina reafirmou ter sofrido ameaças a partir de 2009 e descreveu episódio em que teria sido abordada, no Rio. “Botaram uma arma na cabeça dela e entre outras coisas disseram: Se abrir o bico, você morre”.

E ainda tem gente que vai para o microfone e dia que ninguém pode dizer que a Dilma está “limpa”.


Me engana que eu gosto. 

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