LEI É LEI, O RESTO É PT
Gerson Tavares
Depois de muitos anos de processo correndo na Indonésia um
brasileiro condenado á morte viu chegar ao fim a sua vida. E a presidente Dilma
Rousseff fez um apelo ao governante daquele País, Joko Widodo, para poupar a
vida de Archer, um brasileiro, que mesmo sabedor que tráfico de drogas na
Indonésia é punido com a pena de morte, foi para lá levando um grande carregamento da droga.
Só que a Dilma, como qualquer pessoa que quer se meter nas
leis dos outros países, não foi atendida em seu apelo. O presidente Widodo, até
que educadamente, respondeu que não poderia reverter a sentença de morte
imposta a Archer, “pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a
lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”. E essa
afirmativa “aos brasileiros” tem uma razão muito forte. Lá está um paraense que
também está no corredor da morte, pois também andou pensando que iria passar a polícia
da Indonésia para trás.
E como sempre o Brasil partiu para encontrar parceiros para
o seu apelo e o assessor especial da Presidência da República para assuntos
internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo brasileiro pediu
ajuda ao Papa Francisco contra a condenação à morte do brasileiro. Disse ele: "Fiz
chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e
me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para
que sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência do
governo indonésio".
O corre-corre no governo foi enorme e o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, enviou uma carta ao chefe do Ministério Público da
Indonésia para pedir que o governo daquele país adiasse por oito semanas a
execução de Marco Archer. A PGR pensou que o adiamento por oito semanas daria
ao Ministério Público do Brasil e ao da Indonésia um tempo mínimo para tentar
uma cooperação entre os dois países e aliviasse a situação dos brasileiros.
Também pretendia conseguir um acordo mais amplo para soluções de futuros casos
semelhantes. Com isso, será que ele queria dizer que ainda mais brasileiros
irão continuar atacando lá pela região já que por aqui o tráfico de drogas está
encontrando resistência?
E como bandido não tem idade, o brasileiro Marco Archer
Cardoso Moreira, que já estava com 53 anos, foi executado na madrugada de um
domingo, dia 18, na Indonésia. O método de execução de condenados à pena de
morte no país é o fuzilamento.
Ele era instrutor de voo livre e foi preso em 2004, ao
tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma
asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de
Jacarta. Mas o Archer se achava “esperto” e fugiu do aeroporto, mas duas
semanas depois acabou preso novamente. Como a Indonésia pune o tráfico de
drogas com pena de morte, o caminho que ele escolheu não foi outro.
Mas pelo que fiquei sabendo, outros brasileiros anteriormente
condenados pelo mesmo motivo na Indonésia conseguiram se livrar da pena de
morte, mas quando o cara é azarado a regra do jogo muda e até gol contra salva
o adversário. Tudo porque naquele período as penas não eram tão rígidas com relação às
drogas. Por isso, todo traficante tem que ser bem informado e o Archer mostrou que em
matéria de informação ele era um tremendo de um iniciante.
O próprio Archer, em vídeo relatou: "A Indonésia é um
país tranquilo, bem aberto, mas eles são muito restritos com relação às drogas.
Se a pessoa for pega com um cigarro de maconha, ela vai ser presa e está
arriscada a passar até oito anos na cadeia". Ele acrescentou que há 138
pessoas para serem executadas e desse número, a metade é de estrangeiras.
Mas como as leis da Indonésia para crimes relacionados a
drogas estão entre as mais rígidas do mundo e contam com o apoio da população,
quem mandou dar uma de “bandido”? O procurador-geral da Indonésia, Muhammad
Prasetyo, não se furtou em declarar: "Com isso [falando das execuções],
mandamos uma mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há
clemência para os traficantes".
Mas a Dilma não poderia deixar de tentar mexer nas leis da Indonésia e então pediu clemência e ainda apelou para Francisco. Mas será que
se alguém pedisse clemência para qualquer estrangeiro que aqui viesse fazer
“besteira”, o Brasil iria “abrir as penas”?
E o pior é que Dilma ainda vai ter muito que pedir clemência,
pois além de Marco Archer, que já dançou, outro brasileiro está lá, aguardando
no corredor da morte. Estou falando do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também
por tráfico de cocaína.
A Dilma Rousseff só esquece que todo País tem sua Lei e só o
seu povo pode muda-la.
Por lá é assim: "se traficou, por lá ficou".
Nenhum comentário:
Postar um comentário