quinta-feira, 30 de abril de 2009

Orem por ela (II)

Gerson Tavares

Infelizmente na política é sempre assim. “Mesmo que seja uma desgraça, precisamos tirar partido”. E tem mais: se não houver a desgraça, vamos dizer que ela existe.

Ontem contei a passagem bíblica de Manaus, quando o mixto de presidente e pastor pedia o milagre da cura. Mas não poderia parar por ali. Não que seja necessário falar da doença da Dilma, afinal, aí está o presidente Lula para usar o tema até que ele se esgote.

Mas já é hora de começar a pensar no desdobramento do problema. Lula não é bobo nem nada e já sentiu que a candidatura de Dilma não é aquilo que ele esperava. Sendo assim, nada como uma doença para motivar o povo. As pessoas são emotivas e se comovem com tudo que acontece com crianças, idosos e doentes.

Lula, matreiro como ele só, vai usar esse câncer para contabilizar votos. Usar mesmo que essa doença não esteja levando ninguém para a beira da sepultura. Porque se Dilma está em um tratamento de quimioterapia e os médicos acham que ela pode e deve continuar nessa vida agitada de candidata, das duas uma: ou o mal não é tão grande como foi colocado, ou eles são muito inconsequentes.

Mas vamos lá que a doença não sirva como alavanca para dar uma guinada na campanha da Dilma. Com a desculpa da doença, ela estará pronta para se afastar da campanha forçada pelo mal. O PT não tem ninguém em condições, nem eleitoral e muito menos moral para conseguir os votos para se eleger. Nome como de Antonio Palocci está queimado. Fernando Haddad até poderia ser, mas não tem bagagem. Jaques Wagner só é conhecido na Bahia. Tarso Genro só teria o voto de Cesare Battisti, mas como ele não vota, sabe que nem a própria filha, Luciana, gastaria o voto com ele. Patrus Ananias? O Brasil iria perguntar quem é cara. O PT poderia apelar para fora do partido e acertar o Ciro Gomes. Mas com tantos escândalos com a família Gomes, nem Patrícia Pilar votaria. E o Lula sabe disso tudo e, “matreiro” como ele só, fica só de campana.

Aí então, chegou à hora do partido apresentar um projeto de emenda para garantir um terceiro mandato. Como a oposição está com o “rabo preso”, envolvida como todos nos escândalos do Congresso, a situação já teria certo o terceiro mandato.

E isto, é tudo que o Lula quer.

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