segunda-feira, 20 de abril de 2009

O emergente

Gerson Tavares

Eu vivo em uma cidade onde os “emergentes” foram surgindo do nada. Mas, o que vem a ser este “emergente” de que tanto falam nesta cidade do Rio de Janeiro?
Bem, o “emergente” começou a surgir quando a Barra da Tijuca ainda era uma faixa de terra entre a serra da Tijuca e o mar. Aliás, era inda a Barra da Tijuca. Mas como muitas falcatruas já existiam e muitos desses fraudadores e “banqueiros do bicho” moravam na Baixada Fluminense, eles resolveram morar mais próximo o mar e nada melhor que aproveitar aquela faixa de terra que estava ali, linda, de águas limpas de um mar lindo. Uma faixa de terra entre a serra e o mar e ainda com belas lagoas em suas entranhas, era o lugar certo para esse pessoal emergir para formar uma nova “alta sociedade” carioca. Todos estavam com muito dinheiro no bolso e logo ali, estava aquela terra, quase de graça, como um convite para uma nova vida.

E assim foram surgindo mansões, gigantescos condomínios de apartamentos, apart-hotel e todo dia mais um lançamento e, mais e mais gente chegando para ser mais um “emergente”. Com essa loucura para ser “emergente”, muitos que não tinham e não tem tanto dinheiro no bolso e muito menos no banco, também se assanharam e foram comprando seus apartamentos. Tem gente que não tem dinheiro para comprar comida, mas está lá, naquele mundo novo dos “emergentes”. Este é aquele caso do “cara” que come sardinha em lata, mas arrota caviar. O cara toma pinga e arrota champanhe francês. Mas lá está ele, fazendo das suas por ser só mais um despreparado “novo rico”. Onde quer que ele vá paga “mico”. Ele é aquele que por onde passa sempre deixa sua marca de “bobo da corte”.

E aí vocês devem estar perguntando porque estou escrevendo sobre isto. E eu respondo. É que na verdade, os “emergentes” da Barra da Tijuca fizeram escola. Foi desta maneira que chegamos aos “emergentes’ da política. Aqueles que por muitos e muitos anos se diziam oposição, mas que na verdade só queriam ser situação. E agora que os petistas e seus aliados são situação, estão aí mostrando que ser “emergente” é mesmo fantástico. É aquele caso do “quem nunca comeu melado, quando come se lambusa”.

Neste caso até o Lula, que foi morar no Alvorada, acha que é o dono da bola. Inclusive, acreditou na piada que ele é “o cara”. E como todo “emergente”, ele faz pose. É o “novo situação” que imita o “novo rico”. E para infelicidade geral, leva com ele um enorme grupo de “emergentes” que só pensam em gastar aquilo que não lhes pertence. Mas o pior é que para essa turma toda ser “emergente” político, está custando muito caro ao povo.

Infelizmente, “tudo isso quer dizer Brasil!”.

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