EMPREITEIRAS DA LAVA
JATO
BOTAM LULA E DILMA NA
DANÇA
Gerson
Tavares
Depois que o bicho pegou, ninguém mais pensou nos cuidados que
estavam “contratados” para que a lama das negociatas não respingasse nos
chefões da quadrilha que comanda o Brasil nesse atual governo. E foi isso o que
ficou decidido entre os quatro executivos da construtora OAS que foram presos
durante a Operação Lava-Jato e agora tiveram uma conversa “olho no olho” na
carceragem da polícia em Curitiba.
Sentados frente a frente, numa sala destinada a reuniões
reservadas com advogados, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos
Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli. Eles discutiam o
futuro com total desapego a tudo e prontos para o que possa acontecer daqui para a frente.
Já que eles tiveram seus pedidos de liberdade rejeitados
pela Justiça e ainda viram fracassadas as tentativas de desqualificar as
investigações, a saída para o Natal e para o réveillon, sentiram que a perspectiva
real de passar o resto da vida no cárcere é uma “quase” certeza.
Réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de
organização criminosa, era chegada a hora de jogar a última cartada, e, segundo
eles, isso significa trazer para a cena do crime, com nomes e sobrenomes, o
topo da pirâmide que comandou o “petrolão”. Talvez até pela idade, com 66 anos
de idade, Agenor Medeiros, diretor internacional da empresa, era o mais
exaltado e foi claro em sua posição: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro
sozinho”.
Essa estratégia dos executivos da OAS está também sendo
discutida pelas demais empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, sendo considerada
por todos como a última tentativa de salvação. E por uma razão elementar: as
empreiteiras podem identificar e apresentar provas contra os verdadeiros
comandantes do esquema, os grandes beneficiados, os mentores da engrenagem que
funcionava com o objetivo de desviar dinheiro da Petrobras para os bolsos de
políticos aliados do governo e campanhas eleitorais dos candidatos ligados ao
governo.
Esse é o maior trunfo que, em um eventual acordo de delação
com a Justiça, pode poupar muitos anos de cadeia aos envolvidos. Léo Pinheiro
foi direto ao assunto: “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos)
para oferecer grana a eles?”. Era só ressentimento que estava na fala do
presidente da OAS.
Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio nos tempos de
bonança, ele descobriu na cadeia que as amizades nascidas do poder valem pouco
atrás das grades. Na conversa com os colegas presos e os advogados da
empreiteira, ele reclamou a indiferença de Lula, de quem esperava um esforço
maior para neutralizar os riscos da condenação e salvar os contratos de sua
empresa. Léo Pinheiro reclama que Lula lhe virou as costas. E foi dessa mágoa
que surgiu a primeira decisão concreta do grupo: se houver acordo com a
Justiça, o delator será Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos
de propina a partidos e políticos corruptos.
As empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas
se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda
se mantêm longe das investigações.
É por isso que o alvo maior é o topo da pirâmide do comando,
em que, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, se encontram o
ex-presidente Lula e Dilma Rousseff.
Ufa! Será que vamos chegar aos verdadeiros “chefes da
quadrilha”?
Cadeia neles!
Cadeia neles!
Nenhum comentário:
Postar um comentário