sexta-feira, 31 de julho de 2009

Prender médico é moleza

Gerson Tavares

Tudo começou quando uma filha começou a correr atrás da transferência de sua mãe, de um hospital particular para um hospital público. Isto aconteceu na cidade do Rio de Janeiro neste final de semana passado.

Uma paciente idosa estava internada no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador, e sua filha foi avisada que seria necessária a sua transferência para um hospital público, pois a paciente necessitava fica internada em um Centro de Terapia Intensiva (UTI) e o seu “famigerado” Plano de Saúde só cobria 12 horas o tal procedimento. Gente, um plano de saúde que cobre só 12 horas de UTI, poderia ser chamado de “PLANO DE MORTE”. E foi aí que começou a “via sacra” da dona Joana. Depois de muito correr atrás de solução, ela desesperada, recorreu a Justiça e foi aí que começou o calvário de uma outra pessoa. A médica Ana Murai, coordenadora Estadual de Regulação foi presa por ordem expedida pelo juiz André Nicolitt, que determinava a transferência da idosa da clínica particular para uma UTI de hospital público.

A prisão da médica foi duramente criticada pelo secretário de saúde, Sérgio Cortez, que depois foi se encontrar com o presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Sweiter, mas talvez o mais importante não tenha sido falado nesta conversa.

Ana Murai estava de plantão no Iaserj e foi levada pelo oficial de Justiça até a delegacia e após prestar depoimento foi liberada. E ela falou aquilo que todo mundo sabe: “Eu não atendi o pedido porque não pude. Se tivesse leito disponível eu teria atendido os pedidos de todos os pacientes”.

Quando no parágrafo acima eu disse que a médica falou o que todos sabem, esqueci que o juiz André Nicolett, por ser desinformado, é uma exceção. Mas se fosse mais consciente da sua função teria mandado uma ordem judicial à Secretária de Saúde, ou municipal, ou estadual até mesmo ao Ministério da Saúde para que esta senhora continuasse na UTI da clínica particular com tudo pago por um dos três governos que não tem como atender a população por falta de competência administrativa, financeira e moral.

E tem mais, se alguém tem que ir para a cadeia pelos problemas da saúde, vamos começar as prisões pelo Lula, pelo Temporão, pelo Sérgio Cabral, pelo Sérgio Cortez e cheguem até ao Eduardo Paes e o seu secretário, Hans Dohmann.

Só assim vamos resolver essa falta de vergonha brasileira. E tenho dito.

Um comentário:

Geovani Martins disse...

Estou cansada de tantas críticas destrutivas ao governador, p q não apresentar projetos que possam acrescentar,
somar e ajudar ao inves de perder tempo apenas criticando, sem ao menos procurar saber a base do problema?