quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ontem falamos que dia 21 de julho foi o Dia da Bandeira de Fernão Dias Pais Leme. Muita gente me perguntou a causa desta data e ainda o porque desta bandeira. Por tanto,





Um pouco da historia do “Dia da Bandeira de Fernão Dias Pais Leme”





A mata já lhe era muito conhecida, pois os paulistas viviam de aprisionar índios, que eram vendidos aos donos dos engenhos do nordeste, ávidos de mãos de obra escrava para trabalhar na fabricação do açúcar. Com a queda desta produção, em função das plantações de cana nas Antilhas e a permissão do tráfico de escravos, os capitães do mato vão abandonando o oficio de caça aos índios e assumindo, paulatinamente, o papel de desbravadores da nova terra.

É assim que resolve partir em busca de nova missão: descobrir o caminho para a serra onde brilham pedras preciosas. Arregimenta capitães, organiza seus homens, vende seus bens, compra armas e mantimentos e incorpora à sua bandeira Matias Cardoso, seu amigo, Garcia Pais, o jovem filho amado, Borba Gato, o corajoso genro e José Dias Pais, o filho bastardo. A caminhada que inicia vai durar sete anos, de São Paulo a Itacambira, no norte de Minas Gerais, entre agressivas selvas, lutas com os índios, frio intenso e serras de difícil transposição. Mas nada deteve o bandeirante: em sua caminhada vai semeando roças e pequenos agrupamentos, futuras vilas que significariam o início da colonização de Minas Gerais.

Transposta a Serra da Mantiqueira, através da garganta do Embau – depressão que permitia a passagem de São Paulo a Minas Gerais – Pais Leme passa pela região de Passa Quatro, atravessa o Rio Grande e se fixa em terra fértil, onde plantará suas roças, ali fundando o primeiro núcleo de habitantes em solo mineiro, hoje cidade de Ibituruna. Caminhando em direção ao norte, Paes Leme passa entre as atuais Belo Horizonte e Betim até atingir a Lagoa do Sumidouro (município de Pedro Leopoldo) onde permanece por quatro anos.

Dizimados por ataques de índios, derrubados pela febre amarela, sem recursos de munição e alimentos, a bandeira sofre diretamente com estes efeitos negativos e, assim, se inicia uma revolta contra o bandeirante, na esperança de que, matando-o, conseguissem os revoltos voltar a São Paulo. Entre esses, estava José Dias Pais, que, denunciado tem a morte decretada pelo pai que declara: “aqui não tenho filhos. Sou o chefe e, como tal, sou o juiz e devo castigar os criminosos”. A marcha continua, sertão a dentro, até a chegada à Serra de Itacambira, guardiã das pedras resplandecentes. Segundo o historiador Francisco Iglesias, a tradição quer que essas pedras (que se supunham esmeraldas mas eram turmalinas) tenham sido colhidas na região banhada pelos rios Jequitinhonha e Araçuaí. A serra resplandecente e a lagoa Vapabuçu, de onde se tiravam as pedras ficavam além de Itacambira.

O desânimo que se abatera sobre a bandeira se transformou em festa com a descoberta das pedras preciosas e é despachado um portador para São Paulo, com a notícia e pedras para el-rei. Porém, maus ventos já sopravam sobre o velho bandeirante. O Rei de Portugal já havia enviado ao Brasil D. Rodrigo Castel Blanco, perito em pedras preciosas, com poderes que revogariam os seus, já que a coroa não mais confiava na capacidade do bandeirante.

Desiludido e apreensivo, Pais Leme enceta sua viagem de volta, mas já trazendo latente em si a febre palustre que pegara na lagoa Vapabuçu e que o mata, em meio do caminho. O historiador Pedro Calmon analisa esta página de nossa história: De fato, as pedras verdes não valiam a pena. Porém, o êxito da bandeira não estava neste tesouro e sim na abertura do caminho geral para as montanhas dos Cataguás. Descortinaram o maciço central, revelaram as cabeceiras dos caudais que se atiram para a costa, as terras florestais e as altas serras que delimitam.
“AS Minas Gerais estavam descobertas, faltava apenas descobrir-se o ouro”.

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