quinta-feira, 18 de março de 2010

Ele sempre foi chegado nos “trambiques


Gerson Tavares


Sei que esta página está até um pouco atrasada, mas não poderia deixar passar o assunto. Quando Adriano e Wagner Love resolveram assumir o lado “bandido”, deixei um pouco de lado a outra droga que é a política. Mas voltamos hoje a falar exatamente naquele ponto onde Lula falou sobre os cubanos que estão morrendo em greve de fome nas prisões em Havana, ele falou do alto de sua “sabedoria” que todos que fazem greve de fome são bandidos. Só que ele comprou aqueles que estão em Cuba com os “grevistas da terra”.

Quando a comparar os bandidos de São Paulo e Rio de Janeiro com os presos que já fizeram greve de fome no passado político brasileiro, acho até que ele tem toda razão. Afinal, ele é conhecedor do assunto e dos “grevistas”, já que ele mesmo foi um desses.

Mas como tudo que ele fez ou faz sempre tem um fundo de “trambique”, ao falar de “greve de fome” ele deve se lembrar de 1980, quando passou 31 dias preso. Junto com outros presos, resolveu fazer uma “greve de fome”, mas logo foi descoberto escondendo umas “comidinhas” para depois, quando estivesse sozinho no silêncio da noite. Ao ser descoberto ainda reclamou: “Como esse cara é xiita!... O que é que tem guardarmos duas balinhas?”

Realmente ele conhece tudo de “greve de fome”. Lula já pediu certa vez a Fernando Henrique por seqüestradores que resolveram fazer “greve de fome” depois de presos no caso de Abílio Diniz. E num ato covarde tentou levar FH de encontro à parede: “Olha Fernando... você vai levar para a tua biografia a morte desses caras.”

De outra vez ele ameaçou fazer “greve de fome” quando se sentiu acuado pelo “escândalo” dos acertos imobiliários que tinha com o empresário Roberto Teixeira.

E assim, de ameaças em ameaças de “greve de fome” Lula foi passando o tempo. Nunca fez de verdade e quando alguns dos seus “companheiros” fingiam fazer, ele pedia “penico” a quem de direito. Mas como Elio Gaspari lembrou bem, Ernesto Geisel, em plena “ditadura militar”, enfrentou uma greve de 33 presos políticos que estavam na Ilha Grande e queriam ser transferidos para uma prisão no continente, no 14º dia de fome, falou aquilo que os “companheiros camaradas” de Lula, lá em Cuba, não tem capacidade de dizer e muito menos de fazer. Palavras do “ditador” Geisel: “Ceder a uma greve de fome é duro, mas eu prefiro ceder.”

E agora eu pergunto: Quem será mais ditador? Geisel ou Lula?

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