Descobri o culpado

Gerson Tavares

Em plena sexta-feira lá vou eu pela Rua da Assembléia, bem no coração da cidade do Rio de Janeiro. E foi ali que encontrei um conhecido que já não via há muito tempo. Ele fez aquela festa, aquele famoso como vai, como não vai e veio logo com a grande novidade: “Estou lançando a ‘Mulher Melão’ candidata a deputada estadual”.

A princípio fiquei um pouco assustado, mas logo depois, me lembrando quem era o conhecido, relaxei. Mas como não consigo ficar calado com tanta barbaridade falei que não era possível aquilo ser verdade e ele muito ofendido pulou: “Mas o José Sarney é culto, escritor membro da ABL e é ladrão”. Eu tentei explicar que quando Sarney entrou para a política ele já era culto, já tinha livros editados e se depois “virou ladrão”, a história era bem diferente da “Mulher Melão”, que ninguém sabe de que gibi saiu ou até mesmo se leu algum gibi.

Ele ficou indignado com o meu “preconceito” e disse que pessoas como eu são as culpadas da calamidade em que se transformou a política, onde só existe ladrão. Eu expliquei que não sou culpado de nada, até porque anulo o meu voto. Falei o que senpre digo, que vagabundo nenhum vai ganhar eleição com o meu aval.

Ele ficou mais irritado ainda e disse que se eu não voto em ninguém, não posso falar em política, mas eu fiz ver a ele que eu falo de “política” e não de “politicagem” como a que está acontecendo nos dias de hoje.

Despedimos-nos, ele muito na bronca por que não vou votar na “Mulher Melão” e eu, preocupado com o que está passando pela cabeça deste meu velho conhecido. O “José Sarney” hoje é um “ladrão” e como disse o meu conhecido, faz parte de uma família que pode ser considerada uma “quadrilha”. Mas pelo menos sabemos que o “ladrão” tem nome que é “José Ribamar” e que até tem cabeça para pensar. E a “Mulher Melão”, quem é a fulana? E para piorar, pelo que mostrou até agora, só tem 'bumbum' para balançar.