Em cadeira de rodas,
ele pede esmola
Eles se consideram honestos porque pedem e não roubam. Dizem que esmolam por circunstância da vida, apesar de parte deles não abandonar as ruas depois de passada a dificuldade temporária.
A fonte que alimenta a mendicância é vasta. Em São Paulo, como em qualquer cidade do país, quatro em cada dez motoristas dão esmola nos sinais. Na cidade de São Paulo, somados, calcula-se que as esmolas cheguem a 2 milhões de reais por mês, sem contabilizar doações de roupas ou brinquedos. No mês de dezembro costuma crescer 30%. E ao final de tudo, quem dá esmola faz da mendicância um trabalho rentável.
Numa reportagem feita em São Paulo, para mostrar a mendicância como uma profissão, foi mostrado que idade avançada ou problemas físicos, são usados frequentemente como desculpa para justificar a situação da maioria desses pedintes. Eles viajam horas de ônibus, da periferia até cruzamentos escolhidos a dedo pelo potencial lucrativo. Um pedinte, Francisco Chagas Alves, portador de paralisia infantil, respondeu tranquilamente que antes pedia esmola em Guaianases. Era bem mais perto, mas não dava “dinheiro”. Há dois anos, ele pega dois ônibus e metrô para ir de Sapopemba, onde mora com duas filhas e paga aluguel de 250 reais, até a Praça Charles Miller, no Pacaembu. Percorre esse trajeto sobre um skate improvisado. O sacrifício vale a pena. Ele contou: “Tiro uns 700 reais por mês e além disso, ganho pensão de um salário mínimo do INSS por causa do meu problema”.
Realmente o país não tem mais jeito.
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