Lula, o Filho...

Gerson Tavares

A vida do retirante nordestino já foi cantada em prosas e versos. O nordestino é antes de tudo um forte, é uma frase que escuto desde criança. E sempre vi que era uma verdade pois conheci muitos deles que fizeram das tripas coração e criaram filhos com muita luta, mas sempre de cabeça erguida.

Mas um dia um filho de retirante se fez presidente da República e ao final do seu segundo mandato, terá a sua vida retratada em filme. Com as filmagens de "Lula, o Filho do Brasil", Fábio Barreto está fazendo um filme que mostra não a vida de um retirante e sua luta, mas a chegada de um retirante ao Planalto. E para mostrar que o filme tem um fundo eleitoral, a sua estréia está prevista para janeiro de 2010, ano de sucessão presidencial, quando Lula está querendo fazer de Dilma Rousseff a sua sucessora.

Fábio Barreto classifica o filme como “um drama épico sobre uma certa família Silva”. O filme, orçado em R$ 12 milhões, retrata a vida do presidente e de seus familiares, do nascimento de Lula, em 1945, até a morte da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, em 1980.

O filme vai mostrar a trajetória operária (?) de Lula e também seus dois casamentos, com Lurdes e Marisa Letícia.

Para Fábio, que não é bobo nem nada, a coincidência entre a estréia e o ano eleitoral não passa mesmo disso: uma coincidência. “Vamos mostrar uma história humana, não um filme chapa-branca, feito para puxar o saco do presidente”, disse o diretor. “Quem espera um filme político pode esquecer, ele é completamente separado da efervescência eleitoral”. Ainda segundo Barreto, a produção não utilizou nem um centavo de incentivos ou recursos públicos.

Mas eu pergunto: “E precisa de dinheiro público?”. O Fábio Barreto esta pensando que engana. Lógico que as empresas que precisam do governo, abriram os seus cofres. O retorno vem logo depois e com juros e correção. É o mesmo que dar dinheiro para campanha política. Todos sabem que dinheiro para a campanha, depois volta com muito lucro e vantagens.

Agora, mais uma pergunta: Por que o Fábio não fez a vida do Zé da Silva, um garçom que eu conheço, que também veio em caminhão pau-de-arara lá do Crato e hoje tem seis filhos, todos formados? Hoje ele está aposentado e feliz da vida com a companheira Severina.

Ele daria uma bela história.

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