Pacientes de câncer no SUS em SP comentam tratamento de Lula

Gerson Tavares
Com a divulgação de que o ex-presidente Luiz Inácio foi diagnosticado com um tumor na laringe e começou, dois dias depois, o tratamento no hospital particular Sírio-Libanês, em São Paulo, fez com que muitos críticos sugerissem que ele, como qualquer político que tem ou teve voz de comando no País, deveria usar o atendimento público de saúde, o SUS, até para sentir na pele o que a população está sentindo. Em redes sociais como o Facebook e o Twitter, o tema gerou discussões e forte polêmica e questionamentos sobre a qualidade do serviço público. O assunto chegou a se tornar um dos mais populares no Twitter.
Para a coordenadora de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Maria Del Pilar Esteves, caso Lula tivesse optado por ser tratado pelo SUS, "ele teria as mesmas chances" de recuperação que tem no tratamento feito pelo Sírio-Libanês. "Nossos recursos são comparáveis", disse a médica. Só não explicou como ele iria furar a fila de espera.
Para pacientes com câncer que recebem tratamento pelo SUS no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o debate não faz tanto sentido, e Lula poderia, sim, receber tratamento no hospital, que é referência nacional em oncologia.
E realmente o tratamento de câncer em hospitais de referência da rede pública do Brasil tem qualidade comparável ao de hospitais privados, mas a oportunidade para o tratamento não chega para todos.
Os especialistas não escondem que os centros como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), apesar de serem referências no tratamento, conseguem atender a pouco mais de 5% da demanda nacional, o que podemos chamar de calamidade pública, isso sem falar na falta de medicação do Inca.
O Icesp é um exemplo do melhor que a oncologia poderia ser no Brasil, mas isso não o torna uma realidade para todas as pessoas, isso não o torna a realidade para a população brasileira. Disse o oncologista Rafael Kaliks, médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e diretor científico do Instituto Oncoguia, ONG que se dedica à pesquisa e orientação de pacientes com câncer que “um doente que chega lá tem o mesmo tratamento que o ex-presidente Lula”.
Só que o ex-presidente Luiz Inácio foi diagnosticado com câncer de laringe num sábado e na segunda-feira já dava início ao tratamento de quimioterapia no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Enquanto isso o próprio Ministério da Saúde, diz que o Brasil teve 490 mil novos casos de câncer em 2010 e o número de pacientes novos atendidos no Inca, no Rio de Janeiro, foi de cerca de 11 mil e em São Paulo, no Icesp, o atendimento chegou à casa dos 14 mil novos pacientes.
E o restante dos 490 mil casos onde foram parar? Gente, já é hora de parar com a hipocrisia e falar da realidade da saúde do brasileiro. Lula até pode ser o "filho da dona Lindu", mas não é o único filho do Brasil.
2 comentários:
Se alguém quiser saber da realidade do INCA, é só ir até ali na Praça Cruz Vermelha, no centro do Rio de Janeiro. É alí que você pode ver que só mesmo sendo um 'câncer político' para ter solução tão rápida.
Lógico que não incluo os ricos de verdade nesse rolo, mas sim alguém do povo e o Lula como exemplos.
Muito rico por contigências de ter enveredado pela política de aproveitadores, Lula não poderia dizer ao povo que está sofrendo em filas dos hospitais de oncologia, que vai tirar o câncer de letra. Isso é rir daquele que sabe que vai moreer sem ser atendido pelos hospitais que o próprio Lula deixou 'falir' o atendimento.
João das Dores.
São Paulo
Realmente falar que vai tirar um câncer de letra, só mesmo quem não está nem aí para os problemas os problemas de um povo doente.
Quero ver Lula falar essa besteira indo até ao INCA para se tratar.
Muito besta desse ex-trabalhador.
Fernando Fernandes
São Paulo
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