Militares ainda temem Comissão da Verdade

Guerrilheiros sempre alertas

Assim como eu, muita gente ainda tem na lembrança tudo que aconteceu na década de 60, quando em 1964, depois de um período de muita baderna, aconteceu a tomada do governo pelos militares e que por um grande período governou o país. Neste meio tempo, o medo tomou conta dos terroristas porque os militares estavam à caça dos “comunistas”.

Mas depois os militares resolveram anistiar a todos que estiveram no embate e assim, depois de um grande movimento veio a “Anistia total e irrestrita”, a tão sonhada anistia por aqueles que estavam “mortos” ou fugidos. Veio a anistia, os “mortos” foram reformados ou aposentados e os fugitivos voltaram ao país e hoje estão aí, uns em cargos eletivos e outros embolsando uma “Bolsa Ditadura” legal.

Agora o governo acenou com a “Comissão Verdade”. E desde que foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff, a dez dias atrás, observa-se uma crescente inquietação no meio militar quanto aos rumos da comissão.

Com os militares da ativa legalmente impedidos de se manifestar sobre questões políticas, a reação ocorre por meio de oficiais da reserva. Fala-se até na formação de uma frente para impedir ações da comissão.

José Geraldo Pimentel, capitão da reserva, divulgou em seu site uma carta na qual afirma que o primeiro passo da comissão será criar bases legais para um processo de mudança na Lei da Anistia. Em seguida, continua, os agentes das Forças Armadas serão levados a tribunais. É possível que isso aconteça, afinal, todos têm sede de vingança. E Pimentel coloca: “Condenar os militares e agentes do Estado que lutaram contra os ex-terroristas e ex-guerrilheiros é o grande objetivo”.

E para evitar que isso ocorra, o autor recomenda aos militares que ainda mantêm documentos sobre aquele período que não os apresentem. "Se vocês tiverem em seu poder registros dos acontecimentos da luta travada contra os comunistas, desfaçam-se dos documentos, ou os guardem em lugar seguro". E como alerta, ele assinala. "Só a posteriori, quando o rancor da vingança desaparecer, é que poderão torná-los públicos."

Manifestações semelhantes partiram de vários outros pontos na internet. O Clube Militar do Rio criou um link em seu site para abrigar manifestações sobre a comissão. Um dos artigos, assinado pelo general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, qualificou-a de "estratagema de um grupo de vingadores obstinados, dirigida aos que lhes frustraram o projeto de aqui implantar a tirania contraditória".

Infelizmente é mais ou menos por aí que dá para sentir se vocês conversarem com muitos que fazem parte desta “esquerda” petista, mesmo que eles nem saibam o que quer dizer esta “esquerda”.