segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Doar sangue é salvar vidas
Rua Frei Caneca, 8
Centro – Rio de Janeiro
Tel - 21 22999442

Todo mundo quer influir na formação da Comissão da Verdade




Nunca e nada contra guerrilha


Para grupo Tortura Nunca Mais, era preciso "processar e punir" torturadores, já a Associação de militares diz que criar comissão é como "exumar defunto".

Representantes de militares e de entidades de familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura querem influenciar na indicação dos sete integrantes que vão compor a Comissão da Verdade, criada para apurar violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988, período que inclui o regime militar de 1964 até 1985.

Dilma sancionou a lei na sexta-feira, criando assim a Comissão Verdade. E assim aqueles que querem demonstrar toda sua raiva com aqueles anos de regime militar, estão lutando para terem lugar nesta comissão.

Amparo Araújo, ex-militante que perdeu o irmão e o marido durante a ditadura, afirma que comitês de familiares de mortos e desaparecidos vão pedir audiência à presidente para opinar sobre as indicações. Ela afirma que a Comissão da Verdade só terá resultados se for acompanhada de perto pela sociedade civil e defende a indicação de integrantes “idôneos e comprometidos com a vida e com os direitos humanos”. Diz ela que confia em Dilma, mas quer ser ouvida.

Já para a presidente da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa), Ivone Luzardo, o “revanchismo do atual governo”, embora Dilma fale que não haverá revanchismo, só não tomará conta da Comissão da Verdade se houver a participação paritária de militares. Disse ela que quando não há participação dos dois lados, passa a ser comissão da meia verdade. Disse ainda que se isso não acontecer, vai ser algo que não visa apurar os fatos como eles realmente aconteceram.

A Unemfa teme que a investigação do passado venha a ser usada para “jogar a sociedade contra os militares. E foi aí que Ivone falou: “A comissão visa levantar apenas as ações cometidas pelos militares da época com o objetivo de jogar a sociedade contra os militares. E as famílias dos militares mortos por guerrilheiros que não foram indenizadas? Este país tem dois pesos e duas medidas”.

E a vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Vitória Grabois, que perdeu três parentes durante a ditadura, diz que “não basta” buscar informações sobre violações de direitos humanos e o paradeiro de desaparecidos políticos. E fala: “Os arquivos da ditadura têm que ser abertos para que a gente saiba quem foram os responsáveis pelos crimes de tortura e assassinato, e essas pessoas precisam ser processadas e condenadas”.

Bem, isso é uma prova que há a intenção do revanchismo. Se a anistia foi concedida em termos gerais e irrestrita, como só condenar os militares, já que muitos “guerrilheiros” também praticaram uma infinidade de crimes, mas para esses, a anistia vai continuar valendo. Pelo jeiro não se contentaram com a criação da "Bolsa Ditadura" que está aí, beneficiando a muitos aproveitadores.

É uma vergonha!

Nenhum comentário: