sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Como se faz um político nos dias de hoje?




Gerson Tavares


Cansado de saber como nos dias de hoje os políticos “se fazem”, eu, depois de interpelado por um desses, resolvi procurar saber como nos dias de hoje, são feitos os políticos em sua realidade.

Como eu gosto de saber das coisas ainda no nascedouro e vendo que todo político nasce cabo eleitoral, que é aquele que nada mais é que um “pretenso” político, então resolvi que deveria começar a ver como nasce um vereador, primeiro degrau a ser galgado pelo cabo eleitoral.

Sou carioca e então nada melhor que começar pela minha cidade. E foi assim que procurei sentir de perto um vereador que já tivesse “cancha”, daqueles que já conhecem as manhas e as malandragens dessa política tão bagunçada dos dias de hoje.

E a minha procura não demorou muito e encontrei um vereador que já está em seu 6º mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e pelo que fiquei sabendo ele se sente orgulhoso por servir ao povo da Cidade Maravilhosa. Ele, que não é bobo nem nada, está do lado prefeito e procura sempre ajudar nas negociações entre o Legislativo e o Executivo.

Filiado a um dos partidos aliados aos governos municipal, estadual e federal, já nasceu na política sabendo que um dia poderia se dar bem. Desde a década de 80 está na Câmara dos Vereadores e ele sabe que do âmbito municipal nunca irá passar, tanto é que seu maior sonho é um dia chegar a ser vice-prefeito. Isso depois de vários mandatos como vereador, com os quais ele já garantiu uma boa aposentadoria.

É assim a história desses políticos que sempre têm como início ou num sindicato, ou numa associação de moradores de bairro, ou então numa liderança comunitária, seja ela católica, ou evangélica ou mesmo umbandista. Eles nunca vêm representando um segmento profissional, até porque eles acham que política já é um "seguimento profissional", já que em sua grande maioria não têm profissão mesmo.

Pois este “meu” político, este que estou olhando no retrovisor, foi militante comunitário e militante de movimento sindical, o que lhe dá mais respaldo para se garantir na política e ainda rapazola, já almejava um lugar na “Gaiola de Ouro” e como tantos, sem nunca ter se dedicado a alguma profissão.

Quer dizer, se ele tem profissão, ele omite em seu currículo, mas como esclerose deixa as pessoas esquecidas, pode ser que ele tenha esquecido em pouco vais de vinte anos o que fez no passado. Sim, porque esse “personagem” fala de idade avançada e se mostra preocupado com a esclerose, mas aqui vai um recado: não se preocupe tanto, porque não depende da idade para ela chegar, afinal, você já pode ter nascido esclerosado. Mas eu, como um profissional muito liberal, aceito seus rompantes porque para certos males, dizem os médicos, temos que ter muita paciência e eu não vou ficar preocupado com um “personagem” que só existe na imaginação.

Mas voltando ao “político” em causa, em seu currículo só diz que foi um dos fundadores de um partido, que foi integrante da primeira direção e chegou a ser presidente do partido em sua cidade. Dizem que ele foi o primeiro representante da sua região na Câmara dos Vereadores.

Ele sempre foi preocupado com as causas sociais e até fez parte de um “trágico governo”. Como hoje existem vários “responsáveis” pela Copa de 2014 e pelas Olimpíadas 2016, quando aconteceu um outro evento esportivo na cidade do Rio, ele foi o responsável por elaborar propostas para assegurar o legado social do evento. Pelo visto suas propostas foram um verdadeiro fiasco, porque o legado que sobrou daquele evento deveria ter sido investigado por um “delegado”, tamanho rombo que deixou.

Esse “personagem” bota muita banca, mas em seu currículo nada se vê que não seja viver do dinheiro público. Nenhuma formação profissional que possa garantir a independência de uma pessoa que se diz tão segura de si. É, mas dizem que como vereador, ele exerceu papel de destaque na moralização do Legislativo Municipal. Dizem que ele foi o responsável de pela primeira vez na história da Câmara ter acontecido devolução aos cofres públicos do dinheiro não utilizado.

E aí eu pergunto: “Onde está o valor desse ato”? “Desde quando, ser honesto é para ser cantado em versos e prosas”? Fique sabendo, “cara pálida”, ser honesto é obrigação de qualquer pessoa.

E é exatamente por isso que na política tinha que existir uma norma: “Honesto ou cadeia”!

Mas aí já é outra história.

2 comentários:

Wanderley Souto disse...

Mas esta é a imagem do político de hoje em dia. Todos começam ajudando para depois serem ajudados, mas nenhum pensando na verdadeira função de fazer pelo povo.
Quando entram para a Câmara dos Vereadores já é para fazer o curso de ladrão. Alguns se contentam com esse primeiro passo até porque não tem preparo mais mais um passo, e acabam morrendo vereadores, mas sair da 'profissão', nunca.

Belo Horizonte

João Carlos Filgueiras disse...

Se um cara é candidato eterno à vereança ele não deve ter o menor sentido político.
É sinal que ele chegou na porta e não soube como entrar na vida política.
Rio de Janeiro