terça-feira, 22 de novembro de 2011

A chave do cofre




Gerson Tavares


O governo Dilma Rousseff sabe que chegou a hora de entregar a chave do cofre aos congressistas. Dilma sabe que se não fizer essa covardia com o povo, ela não governa mais a partir de 2012. E é exatamente pensando nisso que ela vai fazer qualquer loucura financeira, já que o dinheiro para enfrentar as votações que estão em jogo, não é dela e assim sendo, o governo vai fazer tudo que os aliados consideram importante no Congresso. E isso já começa a acontecer a partir desta semana que para eles está começando hoje.


A equipe econômica liberou uma boa grana para gastos do Executivo e será então que, dos R$ 11,9 bilhões que foram liberados, cerca de R$ 6 bilhões devem ser reservados ao pagamento de emendas parlamentares, principalmente para senadores.

O Palácio do Planalto sabe que só distribuindo essa grana, não vai correr riscos no Congresso às vésperas de votações cruciais, como a que estica a validade da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015.

Por isso Dilma Rousseff já avisou aos líderes da base aliada que ela exige todo o empenho para aprovar a prorrogação da DRU, mecanismo que permite ao governo gastar como quiser 20% das receitas orçamentárias. E para mostrar que não está brincando, Dilma, para convencer deputados e senadores, não se negou a recorrer até mesmo ao argumento dos efeitos imprevisíveis da crise internacional, garantindo que ela será de longa duração.

A emenda que renova a DRU já foi aprovada em primeiro turno na Câmara, mas passará de novo pelos deputados amanhã, antes de seguir para o Senado. Para não ser surpreendida no Congresso, na lista das prioridades do governo que está correndo contra o tempo, coloca a proposta que institui um fundo de Previdência para os servidores e o Orçamento da União.

Todos os projetos precisam receber sinal verde tanto da Câmara como do Senado.

E como em fevereiro, um mês após tomar posse, Dilma anunciou corte de R$ 50 bilhões nas despesas para enfrentar um período de "vacas magras", o aperto provocado pelo ajuste fiscal só ganhou uma folga nesta sexta-feira, quando o Ministério do Planejamento liberou R$ 12,1 bilhões para os três poderes. Deste total, R$ 11,9 bilhões foram para o Executivo e que devem ser usados R$ 6 bilhões para comprar a tranquilidade do Planalto junto aos deputados e senadores.

E é assim que as ministras Ideli Salvatti, das Relações Institucionais e Gleisi Hoffmann da Casa Civil, estão trabalhando para pagar as emendas e aumentar investimentos em programas sociais e assim manter Dilma mais à vontade diante das crises que estão acontecendo uma atrás da outra.

Dilma conta com essa negociação para fechar o ano com uma agenda positiva.

E viva a sacanagem. Dane-se o povo!

2 comentários:

Jaime Carvalho disse...

E assim que a Dilma vai governando tranquila. As bombas vão pipocando ao seu redor, mas ele segue rumo aos quatro anos de um governo bem sem vergonha.
Jaime Carvalho
Rio de Janeiro

Urbano Nunes disse...

A Dilma sabe que só governa até 2014 se deixar o cofre aberto. E ninguém tem mais interesse de estar no governo que ela. O dinheiro não sai do bolso dema mesmo.
Só assim ela pode mostrar ao mundo que ser guerrilheiro é um bom negócio.
Urbano Nunes
São Paulo