segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Itamaraty concede passaporte para pastor evangélico




R. R. Soares terá tratamento privilegiado



A “farra do boi” continua no Itamaraty. Agora, pelo que parece, estão jogando passaporte diplomático de avanço. Foi então que “alguém” do Senado pediu e o Itamaraty concedeu passaportes diplomáticos para o chefe da Igreja Internacional do Reino de Deus, pastor Romildo Ribeiro Soares, que é onhecido do grande público como R. R. Soares, e para sua mulher, Maria Madalena Bezerra Soares.

Porem, é bom que saibam que nenhum dos dois exerce qualquer atividade parlamentar ou tem ligação com a instituição. Esta portaria de 10 de novembro foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota e está publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira passada.

Só para ver o que representa essa “benesse”, o portador de passaporte diplomático tem tratamento privilegiado nos aeroportos e alfândegas, tais como dispensa da fila para obtenção do visto de entrada ou saída e da revista da bagagem.

Mas pela lei, o passaporte diplomático deverá ser concedido somente a funcionários do governo ou a autoridades que viajam em missão oficial representando o Brasil. O passaporte diplomático é concedido gratuitamente pelo Itamaraty, enquanto o cidadão brasileiro, paga R$ 156,07 pelo passaporte comum.

Mas o ministro, para tentar tirar a responsabilidade de suas costas, informa na portaria que atendeu ao pedido feito pelo ofício 308/2011 do Senado. Mas alguma coisa deve estar errada, porque a Coordenação de Atividades Externas do Senado (Coatex), órgão encarregado de intermediar os pedidos de passaportes ao Itamaraty, informa que desconhece o documento. E para piorar a situação neste caso, a Presidência do Senado e a primeira-secretaria também não sabem de onde saiu ou quem assinou o tal ofício. A assessoria do Itamaraty informou que "está buscando a informação" sobre quem assinou o ofício.

Mas nem precisa procurar muito, já que técnicos do Senado afirmam que o documento é do gabinete do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), à revelia da direção do Senado. E por acaso o Crivella é sobrinho do pastor e sua mulher, cunhada do chefe da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo. Aliás, Crivella é um "enviado", já queele é sobrinho também do Edir Macedo e assim cercado se "santidades".

Mas o mais importante é lembrar que essa não é a primeira vez que o senador usa do mandato para favorecer familiares. Em abril, o jornal “O Estado de S.Paulo” publicou que o bispo-senador já tinha intermediado o pedido de passaporte para "um" tio, só que o pedido passou pela Coatex, ao contrário do que ocorreu agora.

Realmente tudo isso é uma grande máfia.

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