Gerson Tavares
Vejo as manchetes do jornal e fico triste pelo modo como é tratada a saúde do povo brasileiro. “Lula recebe alta e diz que vai tirar de letra o câncer”. Como manchete até poderia vender jornal, mas como realidade de um País doente, isso chega às raias da gozação.
Logo na página seguinte encontro lá uma reportagem onde se lê que “o Brasil carece de unidades públicas que tratem câncer”. Isto virando apenas uma pagina de jornal está lá estampada a diferença de vida de um "emergente" e de quase a totalidade de um pobre e sacrificado povo.
Não tenho nada contra o fato de o Lula estar tendo um tratamento de primeira linha, mas acho que chega a ser uma afronta ao povo que paga os salários do próprio Lula toda esta propaganda. Que, aliás, ele faz questão de mostrar.
O Tribunal de Contas da União, em uma inspeção, mostra que há um déficit de serviços especializados na rede de saúde pública e que quando existe ele é muito demorado.
E nos serviços de Oncologia que são oferecidos pelo SUS dá para se notar as dificuldades que a população enfrenta para tentar vencer a guerra contra o câncer. Esta inspeção foi realizada nos anos de 2009 e 2010 e esta semana foi divulgada. Coincidência ou não, em 2009 foi o ano em que toda uma equipe do serviço de oncologia do Hospital Sírio-Libanês esteve voltada para salvar a Dilma Rousseff de um câncer.
Agora na hora em que sai o resultado da inspeção, temos conhecimento do câncer do ex-presidente Luiz Inácio. A mesma coisa se repete e muita propaganda, mas sempre para mostrar que o câncer não mata e que dá para “tirar de letra”.
Mas gente, não é mais hora de iludir o povo. Sim, porque para o câncer existe tratamento de verdade para "alguns" e "tratamento paliativo" para o resto da população. Dilma, José Alencar, Lula e outros bem aquinhoados têm condições para tratar da doença, mas a maioria da população brasileira não tem o direito de passar nem diante da porta de certos hospitais.
Basta dizer que há carência de equipamentos de radioterapias nos hospitais credenciados e mesmo nos do governo. Todos os pacientes que dependem do SUS, para receberem o tratamento, seria preciso que existissem mais clínicas ou hospitais credenciados para atender casos de câncer. Isso primeiramente e depois, mais médicos contratados, medicamentos e vontade do governo de atender com presteza o povão.
Para mostrar a diferença de atendimento entre os poderosos e a população que “faz” esses poderosos, enquanto os poderosos são atendidos no Hospital Sírio-Libanês, a população depois que tem o diagnostico de seu câncer, leva em média 77 dias para iniciar o tratamento que é a quimioterapia. Já a radioterapia leva pelo menos 114 dias. E todos sabem que depois de diagnosticada a doença, ela não fica esperando ser combatida.
Então, para o Lula é fácil dizer “vou tirar de letra” qualquer câncer, assim também como qualquer milionário como ele. Quero ver curar uma gripe indo até o SUS, enfrentando filas e ao final ficae sabendo que o hospital não tem leito, não tem equipamento, não tem medicação, não tem médico.
E assim chega-se a conclusão que câncer que mata é o do SUS.

2 comentários:
É verdade. Manda o Lula aqui no Rio de Janeiro para curar o seu câncer de laringe.
No dia seguinte ele estará morto, tranquilamente.
tenho um irmão aqui e sei o que estamos passando. Além de vergonha dos governantes, falta de tudo.
Hilda Filgueiras
Rio de Janeiro
Não conheço a situação nos outros estados do Brasil, mas aqui no Rio de Janeiro, dá pena de ver s pessoas aqui no Inca, o "Hospital Referência" para o câncer que é federal e até por isso, tão abandonado.
Pacientes não tem remédio, vai a farmácia que antes tinha todos os remádios e hoje não tem quase nada, enquanto isoo o Lula diz que vai tirar de letra o tratamento.
Vem se tratar aqui, aí quero ver tirar de letra.
Jeronimo Abrantes Nunes
Saracuruna - Rio
Postar um comentário