quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Delegados atacam 'alívio' em lei contra lavagem



A Polícia Federal prende, mas a Câmara quer aliviar


Os delegados da Polícia Federal estão protestando contra a redução da pena máxima para o crime de lavagem de dinheiro, que passa de 18 anos para 10 anos de prisão, conforme define o Projeto de Lei 3443 aprovado pela Câmara.

Eles reclamam de outro ponto que reputam vital no combate ao crime organizado: bens que a PF confisca de empresários, doleiros e servidores envolvidos em fraudes e desvio de recursos da União serão destinados "ao moroso processo de leilão que poderá sofrer uma série de medidas judiciais de atraso".

Lavagem de dinheiro é recurso usual que organizações criminosas adotam para ocultar e dissimular propriedades e valores ilicitamente obtidos. Por meio de offshores, principalmente, e laranjas, remetem fortunas para paraísos fiscais, o que dificulta o rastreamento e a repatriação.

Adverte Bolivar Steinmetz, presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF, que "Causou estranheza o argumento do governo de que foi obrigado a ceder para aprovar o projeto. A quem interessava limitar a ação da polícia e do Ministério Público? Com certeza não é o cidadão de bem, pois este sequer sabe como se procede à lavagem de ativos".

Mas os políticos sabem muito bem a quem interessa, além de a eles, também.

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