AÉCIO AVISOU, MAS A
DILMA NEM DEU BOLA
Gerson Tavares
Quando o Joaquim Levy
foi anunciado pela Dilma Rousseff como ministro da Fazenda, muita gente ficou
sem entender o que ela está pensando em fazer nos próximos quatro anos. Todos
sabem que o Levy não é de abrir mão de seus princípios de “mão fechada”.
Mesmo antes do anúncio
o senador mineiro, Aécio Neves, candidato derrotado à Presidência da República
pelo PSDB, já avisava que se isso acontecesse era um sinal que a Dilma estava armando contra os petistas que querem continuar na compra de votos, até porque
em 2016 tem eleição municipal e a disputa será apertada na maioria dos
municípios brasileiros.
Depois do anúncio
então, foi com enorme ironia que Aécio falou sobre a escolha. Foi só a Dilma
Rousseff falar que o economista Joaquim Levy seria o “dono” do Ministério da
Fazenda e Aécio deu a entender claramente que Levy, que colaborou com a equipe
econômica de sua campanha, é muito mais afinado ao ideário tucano do que do
petista.
E falou assim o
senador: "Como disse, muito oportunamente, meu amigo Armínio Fraga,
escolher Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda do governo do PT é o mesmo
que convidar um grande quadro da CIA (agência de inteligência do governo dos
Estados Unidos) para dirigir a KGB (que era a organização de serviços secretos
da ex-União Soviética)”.
Essa declaração foi
feita lá no Senado. Presidente nacional do PSDB, ele comentou, ainda:
"Respeito muito Joaquim Levy, mas não sei que condições ele terá para
trabalhar".
Os tucanos dizem que Levy
participou ativamente da campanha de Aécio e que, se o tucano tivesse vencido a
eleição presidencial, o economista certamente faria parte da equipe econômica
que seria comandada por Armínio Fraga, cuja indicação para o Ministério da
Fazenda já havia sido anunciada pelo ex-presidenciável.
Só para ver a
cumplicidade de Joaquim Levy com o PSDB, ele integrou os quadros do Fundo
Monetário Internacional (FMI), foi nomeado secretário-adjunto de Política
Econômica do Ministério da Fazenda em 2000, economista-chefe do Ministério do
Planejamento em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Tudo bem que
ele depois foi secretário do Tesouro Nacional, de 2003 a 2006, no governo Luiz
Inácio, mas, claro, porque o Lula não queria perder o ritmo tucano na economia.
Mas daí a ser nomeado
pela Dilma para a Fazenda vai uma distância enorme. Os “bolsistas” do projeto “Bolsa
Família”, que votaram na Dilma só porque o PT falou que Aécio, se presidente, acabaria
com o “projeto”, tratem de botar suas barbinhas de molho, porque com Levy as
“bolsas” vão para o lixo.
Esperem para ver. A não ser se ele resolveu "vender a alma ao diabo".
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