quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"Levy na Fazenda é como um quadro da CIA na KGB"


AÉCIO AVISOU, MAS A

DILMA NEM DEU BOLA

Gerson Tavares
 






Quando o Joaquim Levy foi anunciado pela Dilma Rousseff como ministro da Fazenda, muita gente ficou sem entender o que ela está pensando em fazer nos próximos quatro anos. Todos sabem que o Levy não é de abrir mão de seus princípios de “mão fechada”.

Mesmo antes do anúncio o senador mineiro, Aécio Neves, candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB, já avisava que se isso acontecesse era um sinal que a Dilma estava armando contra os petistas que querem continuar na compra de votos, até porque em 2016 tem eleição municipal e a disputa será apertada na maioria dos municípios brasileiros.

Depois do anúncio então, foi com enorme ironia que Aécio falou sobre a escolha. Foi só a Dilma Rousseff falar que o economista Joaquim Levy seria o “dono” do Ministério da Fazenda e Aécio deu a entender claramente que Levy, que colaborou com a equipe econômica de sua campanha, é muito mais afinado ao ideário tucano do que do petista.

E falou assim o senador: "Como disse, muito oportunamente, meu amigo Armínio Fraga, escolher Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda do governo do PT é o mesmo que convidar um grande quadro da CIA (agência de inteligência do governo dos Estados Unidos) para dirigir a KGB (que era a organização de serviços secretos da ex-União Soviética)”.

Essa declaração foi feita lá no Senado. Presidente nacional do PSDB, ele comentou, ainda: "Respeito muito Joaquim Levy, mas não sei que condições ele terá para trabalhar".

Os tucanos dizem que Levy participou ativamente da campanha de Aécio e que, se o tucano tivesse vencido a eleição presidencial, o economista certamente faria parte da equipe econômica que seria comandada por Armínio Fraga, cuja indicação para o Ministério da Fazenda já havia sido anunciada pelo ex-presidenciável.

Só para ver a cumplicidade de Joaquim Levy com o PSDB, ele integrou os quadros do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi nomeado secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda em 2000, economista-chefe do Ministério do Planejamento em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Tudo bem que ele depois foi secretário do Tesouro Nacional, de 2003 a 2006, no governo Luiz Inácio, mas, claro, porque o Lula não queria perder o ritmo tucano na economia.

Mas daí a ser nomeado pela Dilma para a Fazenda vai uma distância enorme. Os “bolsistas” do projeto “Bolsa Família”, que votaram na Dilma só porque o PT falou que Aécio, se presidente, acabaria com o “projeto”, tratem de botar suas barbinhas de molho, porque com Levy as “bolsas” vão para o lixo.

Esperem para ver. A não ser se ele resolveu "vender a alma ao diabo".

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