Gerson Tavares
O governo Dilma Rousseff sabe que chegou a hora de entregar a chave do cofre aos congressistas. Dilma sabe que se não fizer essa covardia com o povo, ela não governa mais a partir de 2012. E é exatamente pensando nisso que ela vai fazer qualquer loucura financeira, já que o dinheiro para enfrentar as votações que estão em jogo, não é dela e assim sendo, o governo vai fazer tudo que os aliados consideram importante no Congresso. E isso já começa a acontecer a partir desta semana que para eles está começando hoje.
A equipe econômica liberou uma boa grana para gastos do Executivo e será então que, dos R$ 11,9 bilhões que foram liberados, cerca de R$ 6 bilhões devem ser reservados ao pagamento de emendas parlamentares, principalmente para senadores.
O Palácio do Planalto sabe que só distribuindo essa grana, não vai correr riscos no Congresso às vésperas de votações cruciais, como a que estica a validade da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015.
Por isso Dilma Rousseff já avisou aos líderes da base aliada que ela exige todo o empenho para aprovar a prorrogação da DRU, mecanismo que permite ao governo gastar como quiser 20% das receitas orçamentárias. E para mostrar que não está brincando, Dilma, para convencer deputados e senadores, não se negou a recorrer até mesmo ao argumento dos efeitos imprevisíveis da crise internacional, garantindo que ela será de longa duração.
A emenda que renova a DRU já foi aprovada em primeiro turno na Câmara, mas passará de novo pelos deputados amanhã, antes de seguir para o Senado. Para não ser surpreendida no Congresso, na lista das prioridades do governo que está correndo contra o tempo, coloca a proposta que institui um fundo de Previdência para os servidores e o Orçamento da União.
Todos os projetos precisam receber sinal verde tanto da Câmara como do Senado.
E como em fevereiro, um mês após tomar posse, Dilma anunciou corte de R$ 50 bilhões nas despesas para enfrentar um período de "vacas magras", o aperto provocado pelo ajuste fiscal só ganhou uma folga nesta sexta-feira, quando o Ministério do Planejamento liberou R$ 12,1 bilhões para os três poderes. Deste total, R$ 11,9 bilhões foram para o Executivo e que devem ser usados R$ 6 bilhões para comprar a tranquilidade do Planalto junto aos deputados e senadores.
E é assim que as ministras Ideli Salvatti, das Relações Institucionais e Gleisi Hoffmann da Casa Civil, estão trabalhando para pagar as emendas e aumentar investimentos em programas sociais e assim manter Dilma mais à vontade diante das crises que estão acontecendo uma atrás da outra.
Dilma conta com essa negociação para fechar o ano com uma agenda positiva.
E viva a sacanagem. Dane-se o povo!
2 comentários:
E assim que a Dilma vai governando tranquila. As bombas vão pipocando ao seu redor, mas ele segue rumo aos quatro anos de um governo bem sem vergonha.
Jaime Carvalho
Rio de Janeiro
A Dilma sabe que só governa até 2014 se deixar o cofre aberto. E ninguém tem mais interesse de estar no governo que ela. O dinheiro não sai do bolso dema mesmo.
Só assim ela pode mostrar ao mundo que ser guerrilheiro é um bom negócio.
Urbano Nunes
São Paulo
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