sexta-feira, 25 de julho de 2008



PF para apurar atuação do tráfico em eleição no Rio



Polícia vai ter muito trabalho para limpar eleição



RIO - O ministro da Justiça, Tarso Genro, que passou o dia de ontem na cidade do Rio de Janeiro, disse que a Polícia Federal está à disposição da Justiça Eleitoral do Rio para investigar possíveis interferências de milícias e de quadrilhas do tráfico de drogas nas campanhas eleitorais da capital fluminense. “A Polícia Federal está à disposição do Tribunal Regional Eleitoral para fazer as investigações que forem necessárias”, disse o ministro, após reunião na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio. “Mas tem que haver um pedido expresso das autoridades para que isso ocorra”, completou.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, pediu que a PF investigasse ameaças de grupos paramilitares contra eleitores do Complexo do Alemão, na zona norte, e da Rocinha, na zona sul. A Polícia Civil do Rio já apura intimidações a moradores e o constrangimento a candidatos, impedidos de fazer campanhas políticas em áreas dominadas por quadrilhas. Na última segunda-feira, a polícia prendeu o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM) e seu irmão, o vereador Jerônimo Guimarães (PMDB). Eles são acusados de chefiar uma milícia na zona oeste, que constrangia os eleitores da localidade.

Segundo informações da rádio CBN, a polícia do Rio apreendeu ontem, na favela da Rocinha, uma espécie de “ata de reunião” na qual o chefe do tráfico proíbe campanhas eleitorais a outros candidatos que não o escolhido por ele. Segundo a polícia, o candidato a uma vaga na Câmara dos Vereadores é Luiz Claudio de Oliveira, presidente da associação de moradores da favela. Num dos trechos, ainda segundo a CBN, o traficante determina que “ninguém trabalhe para candidatos de fora da Rocinha, não agende visitas e não convide para eventos na favela”.

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